Logo pela manhã arrumo minhas bagagens novamente na Poderosa, nome o qual dei a minha moto em homenagem a moto que levou Ernesto Guevara a percorrer a América do Sul. Assim, com toda a bagagem carregada, recomeça mais um dia de viagem, com a missão de chegar até Santa Fé, onde gostaria de passar o sábado e poder ir à igreja. Umas 10h da manhã já estava a navegar pelo mar negro de asfalto.
As horas passaram e as paisagens pela qual meus olhos se fitam começaram a mudar. Em Missiones, temos toda a reserva florestal do Iguaçu. Ao me aproximar de Corrientes, a Pampa Argentina começa a tomar espaço e lugar do que antes era uma floresta. Por muitos quilômetros tive essa visão das planícies de pastagens com poucas árvores dispersas e de longe podia ver as retas que me esperavam na Argentina. Chegando ao Chaco Argentino, um novo domínio, morfoclimático começa a surgir, parecido com as matas de cocais do Brasil. Palmeiras tomam conta das planícies e seguem meu destino por quilômetros.
Ao se aproximar da Província de Santa Fé, inúmeras plantações de Girassóis tomaram conta da paisagem. O que era verde passa a se tornar amarelado. Após, já havia escurecido e ainda estava viajando neste trajeto longo e cansativo. A 150 quilometros do meu destino escuto um barulho e começo a perder velocidade: correia tinha caído! Como a moto continuava com aceleração em alta, com o embalo consegui chegar em um posto de combustível que tinha uma boa iluminação para poder arruma-la.
Neste dia, foi um total de 943 quilometros rodados, com 15 horas de viagem em cima da Poderosa.