22/08/2023
Política

Cid Vasques: Gaeco faz ´perseguição política irracional´

Uma nota emitida pelo secretário da Segurança Pública do Paraná, Cid Vasques, põe o dedo numa contenda entre o governo do Estado e o GAECO, a polícia do Ministério Público. Nos bastidores, as informações são de que o GAECO reclama de reivindicações "não atendidas" pelo governo estadual. Enquanto isso, a Secretaria da Segurança Pública assegura que "todos os pedidos do Ministério Público têm sido atendidos". A queixa do secretário Cid Vasques vai muito além, sugerindo que o GAECO faz uma "perseguição política irracional".

Segundo consta, o GAECO age em oposição a transferência de policiais e promotores, ao passo que Cid Vasques sustenta que esses procedimentos são normais dentro do sistema de segurança pública. "Assim como é possível sustentar que a permanência produz experiência, também é possível sustentar que produz acomodação e pode levar a vícios profissionais nocivos que podem e devem ser repelidos", diz a nota do secretário, para em seguida questionar: "Se essas medidas são tão inconvenientes ou ilegais, por qual razão o GAECO não procura a Justiça? Por qual razão prefere o caminho de uma perseguição política irracional, que causa prejuízos à população do Estado do Paraná e, tal como uma criança que se sente “dona da bola”, quando algo lhe desagrada, simplesmente decide parar de jogar?"

Eis a íntegra da nota da Secretaria da Segurança Pública:

“As declarações feitas por promotores do GAECO no sentido de que as medidas administrativas adotadas pela SESP levarão à extinção do combate ao crime organizado não são verdadeiras e refletem, mais uma vez, uma visão distorcida e autoritária da realidade.
Todas as solicitações do Ministério Público em favor do GAECO têm sido plenamente atendidas pela Secretaria da Segurança Pública, nos limites das possibilidades materiais e jurídicas. Sem prejuízo da inegável importância do GAECO, é preciso destacar que as ações no que tange à segurança pública não se restringem e não se podem restringir ao combate ao crime organizado.
A administração de recursos e de pessoal deve ser realizada conforme a Lei. Cumprir a Lei não é uma faculdade. É um dever. As medidas administrativas adotadas até aqui pela SESP em relação ao GAECO foram feitas em cumprimento à Lei Estadual nº 8485/87 e ao Decreto 3981/12, precedidas de pareceres da Procuradoria Geral do Estado.
A Secretaria de Segurança pretende ampliar o acesso de agentes policiais para atuar nos GAECOS, o que produzirá um salutar efeito multiplicador das boas práticas que o Ministério Publico exercita e cobra das demais instituições, sem perda da experiência adquirida, que é repassada de servidor para outro servidor.
Assim como é possível sustentar que a permanência produz experiência, também é possível sustentar que produz acomodação e pode levar a vícios profissionais nocivos que podem e devem ser repelidos.
Se essas medidas são tão inconvenientes ou ilegais, por qual razão o GAECO não procura a Justiça? Por qual razão prefere o caminho de uma perseguição política irracional, que causa prejuízos à população do Estado do Paraná e, tal como uma criança que se sente “dona da bola”, quando algo lhe desagrada, simplesmente decide parar de jogar?
A segurança pública precisa de medidas precisas, seguras, efetivas e menos personalizadas na arrogância de donos da verdade. Se os modelos existentes fossem tão perfeitos, tal como afirmam alguns membros do GAECO, a sociedade não clamaria constantemente por mudanças na segurança pública, tais como aquelas ora realizadas.
As divergências são próprias à democracia. A imposição de convicções é tributária ao autoritarismo.“
 

Cristina Esteche

Jornalista

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