22/08/2023


Geral

Foi empurrada para 2014 a decisão sobre o Marco Civil da Internet

Não conseguiram consenso sobre pontos polêmicos do Marco Civil da Internet os deputados federais que deveriam definir direitos e deveres de usuários da rede e provedores de conexão. A alternativa foi negociar a retirada da urgência constitucional da proposta. O pedido foi negado pelo governo, que mandou o recado: a decisão sobre a matéria foi empurrada para 2014, mas terá que ser concluída nas primeiras semanas de trabalho do próximo ano, se os parlamentares quiserem avançar com outras propostas.

O fracasso de entendimento ocorre em ano no qual a espionagem internacional conduzida pelos Estados Unidos na internet e em outros serviços eletrônicos de comunicação entrou na pauta mundial. Até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) se mobilizou e aprovou em dezembro o projeto de resolução O Direito à Privacidade na Era Digital, apresentado por Brasil e Alemanha como reação às denúncias feitas pelo norte-americano Edward Snowden.

A situação foi se agravando à medida em que outros textos também chegaram ao prazo final do regime de urgência. “A pauta da Câmara ficou trancada por quatro meses, no segundo semestre, com projetos carimbados com urgência constitucional vindos do Executivo”, lembrou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), durante um balanço de final de ano.

Alves explicou que o carimbo de urgência constitucional solicitado pelo Planalto impediu que qualquer outro projeto avançasse. “Só pode ser votado depois daquele ter sido aprovado ou votado pelo plenário”, acrescentou.

Segundo o relator da proposta, Alessandro Molon (PT-RJ), com o novo texto, fica claro que não haverá impedimentos em relação à diferenciação de velocidades, “desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta lei”. Segundo ele, a maioria dos deputados está de acordo com a proposta e a matéria só não avançará “se não houver vontade”.

 

  Fonte: Agência Brasil

Cristina Esteche

Jornalista

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