Com o resultado da Mega-Sena da Virada, o Paraná fechou o ano 2013 como o segundo estado com mais bilhetes premiados na loteria e também na segunda posição entre os que mais receberam dinheiro nos sorteios. Ao longo do ano, foram sete apostas que acertaram as seis dezenas e levaram o prêmio principal (não contando quinas e quadras).
Os sorteados saíram duas vezes em Londrina (R$ 37,1 milhões e R$ 5,8 milhões) e uma vez em Ponta Grossa (R$ 22,9 milhões), Toledo (R$ 14 milhões) e Campina Grande do Sul (R$ 8,1 milhões). E no concurso especial de fim de ano, dois bilhetes foram premiados e vão receber R$ 56 milhões cada um. Os novos milionários receberam, no total, R$ 200.388.295,07.
Prêmios com valor superior a R$ 1.710,78 são pagos exclusivamente nas agências da Caixa. O bilhete é ao portador, mas o ganhador pode escrever de próprio punho, no verso bilhete premiado, seu nome completo e CPF. Dessa forma, ele garante que ninguém mais retire o prêmio.
Em caso de bolão, cada participante pode fazer o mesmo no verso de seu recibo individual de cota. Os ganhadores também devem ficar atentos às datas. Os prêmios prescrevem após 90 dias da data do sorteio. Decorrido esse prazo, o prêmio fica prescrito e é repassado ao Fundo de Financiamento ao Ensino Superior (FIES).
Um dos prêmios, porém, não foi retirado. Em outubro, uma aposta feita em Ponta Grossa venceu o concurso, mas o apostador não apareceu para retirar o prêmio.
OUTROS ESTADOS
Até então o segundo lugar era ocupado pelo Rio de Janeiro, que foi sorteado seis vezes. O valor acumulado pelos cariocas é quase metade do recebido pelos paranaenses: R$ 104.666.829,92. Em primeiro lugar e bem distante dos outros ficou o estado de São Paulo, com incríveis 14 prêmios, nove cidades premiadas e o rico dinheirinho acumulado de R$ 305.895.932,20.
Na comparação do número de prêmios em relação ao de habitantes, o Paraná parece se sair melhor que os vizinhos. O estado tem menos habitantes que São Paulo e Rio de Janeiro e população quase proporcional ao do Rio Grande do Sul, que levou apenas uma premiação em 2013.
MEGA DA VIRADA
A Mega da Virada de 2013 saiu para quatro bilhetes, sendo dois no Paraná, nesta terça-feira (31). Os acertadores dividem um dos maiores prêmios da história das loterias da Caixa: R$ 224,6 milhões. As apostas premiadas saíram das cidades de Curitiba (PR), Palotina (PR), Maceió (AL) e Teofilândia (BA).
Cada um dos quatro sortudos vai receber R$ 56.169.465,02, sendo que uma dessas apostas foi um bolão de 10 cotas (Palotina-PR). No caso do bolão, cada participante vai receber R$ 5.616.946, 50. As dezenas sorteadas foram 20 – 30 – 36 – 38 – 47 – 53.
O que fazer com tanto dinheiro?
Mesmo que o prêmio seja dividido, não vai faltar grana. Com essa montanha de dinheiro, o apostador pode investir e viver na tranquilidade somente com os seus rendimentos. Para saber quais são as melhores opções do mercado para multiplicar os ganhos, a Gazeta do Povo conversou com dois economistas especializados em finanças pessoais para saber o que eles fariam se recebessem o prêmio.
Tanto para o fundador do site Dinheirama.com e autor do livro Dinheiro é Um Santo Remédio, Conrado Navarro, quanto para o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor de Finanças Pessoais do Itaú, Jurandir Sell Macedo, não há dúvidas de que o melhor caminho para o investidor é comprar os títulos da dívida pública do Governo Federal.
As Notas do Tesouro Nacional (NTN) podem ser adquiridas diretamente do site do Tesouro Nacional ou por meio de qualquer agência bancária. “Investir nos papeis do governo não apresenta riscos, porque o governo pode imprimir dinheiro a qualquer hora”, afirma Conrado, ao ilustrar a segurança em optar pelos títulos.
De acordo com os dois economistas, as NTN da chamada série B pagam uma porcentagem em torno de 6,5% ao ano de juros em cima do valor investido, mais a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) durante o período. “Isso significa que eu teria disponível para gastar pouco mais R$ 1,05 milhão mensais corrigidos pela inflação”, disse Jurandir, que investiria nos papéis com vencimento em agosto de 2050, já que ao comprar os títulos, o investidor faz na verdade um empréstimo ao Governo Federal para pagar as dívidas públicas, o que garante ao investidor a devolução do total do montante – no caso, de R$ 200 milhões – até o fim do período definido.
“Como luxo, gostaria de contratar um grande cozinheiro especializado em pescados para preparar minhas refeições. E certamente viajaria mais e iria na primeira classe dos aviões. Mas de forma alguma pararia de trabalhar”, brinca Jurandir.
Já Conrado ressalta que antes de o sortudo pensar em como fazer render o seu rico dinheirinho, é preciso considerar também em qual perfil de investidor ele se encaixa melhor. “Os perfis variam de acordo com a idade e a aversão ao risco”, disse ele.
O economista afirma que para os sortudos com mais idade e que já não estão mais tão dispostos a arriscar, o melhor é escolher investimentos mais conservadores, como os Certificado de Depósito Bancário (CDBs), oferecidos pelos bancos. Por outro lado, para os mais jovens, não há porque não arriscar um pouco mais: “Como eles têm um horizonte de construção de patrimônio, eles podem e devem ariscar mais e optar pelas opções em prazo longo”, disse Conrado, que cita entre as escolhas mais rentáveis os títulos públicos.