Desmontado, Gaeco recebe denúncias diárias e está sem poder investigar

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em Guarapuava já está sendo prejudicado ao estar impossibilitado de investigar as denúncias que vem recebendo diariamente. De acordo com o promotor Vitor Hugo Honesko, com apenas um promotor e dois policiais civis, dos quais um encontra-se em férias, não há possibilidade de começar qualquer trabalho investigativo. “Quando o policial retornar de férias o outro entra. Como iniciar uma investigação desse jeito? Mesmo porque na quinta feira (30) teremos uma reunião em Curitiba para definir o futuro do Gaeco”.

Segundo o promotor, as denúncias partem de municípios da região e tratam de desvios de dinheiro público. “As pessoas vem aqui, mandam e-mail, telefonam, trazem documentos, mas não podemos fazer nada”.

Para que esse quadro seja revertido e o Gaeco volte a trabalhar normalmente o governador Beto Richa deve voltar atrás na decisão publicada no Decreto assinado em 2012 que tira a autonomia do Ministério Público de escolher os policiais e de pedir substituição destes. O que os promotores querem é o fim da proposta de rodízio de policiais, justificando que essa “ciranda” prejudica investigações. “Como vamos trabalhar se o policial que investiga um caso é substituído por outro que está alheio a isso?" De acordo com Vitor Hugo Honesko, o MP quer continuar trabalhando em harmonia com o Governo do Paraná, “o governo não quer continuar trabalhando conosco, então há o risco de após essa reunião da semana que vem o Gaeco feche as portas”.