Use a sua arte em prol de algo maior

Diariamente nos deparamos com situações que podem nos deixar marcas para o resto de nossas vidas. Nesta profissão que abracei, a de jornalista que também fotografa (fotojornalista ou repórter-fotográfica), é habitual nos confrontarmos com as mais inusitadas situações. 

Quando cheguei na Praça 9 de Dezembro em Guarapuava para cobrir a Vigília no Dia Internacional da Mulher (há praticamente 20 dias), sabia que iria, inevitavelmente, me emocionar. E foi o que de fato aconteceu. Ali, diante daquelas irmãs com a expressão de sofrimento estampadas em seus rostos, percebi o quanto somos frágeis e que, em segundos, nossa vida pode tomar rumos que fogem ao nosso controle. Elas passam pela dor de ver o assassino de sua irmã solto, "desfilando livremente pela cidade", enquanto seus sobrinhos e seus familiares vivem a dor da ausência da vítima, brutalmente e friamente assassinada há pouco mais de seis meses.

Ali, diante delas, resolvi não mais me acovardar diante da situação. Resolvi contribuir de alguma forma para que mulheres, vítimas de violência doméstica, recebam auxílio efetivo e não tenham mais suas vidas ceifadas.

Vou utilizar a minha ferramenta de trabalho, a minha arte e a minha vivência para contribuir de alguma forma para que estes índices de violência que beiram o caos, diminuam. Muitos dirão que é utopia. Eu prefiro acreditar e arregaçar as mangas. Afinal, acredito que somos também responsáveis por tudo isso, principalmente quando nos omitimos.

Convido aos apaixonados pela arte fotográfica a se inspirarem em algo maior e praticar o seu hobby se mobilizando em prol de algo maior. Há muito o que fazer… e a boa imagem pode ajudar.