22/08/2023


Geral

FAO: mudanças climáticas desafiam políticas de combate à fome

A partir de agora, as políticas de segurança alimentar na América do Sul e no Caribe terão de considerar os efeitos na agricultura de prolongados períodos de escassez de chuvas e do aumento da temperatura. Nesse cenário de mudanças climáticas e de revisão das ações para a erradicação da fome na região até 2025, representantes de 33 países estão reunidos, até sexta feira (9), em Santiago (Chile), para a 33ª Conferência Regional das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, a sigla em inglês).

Antes da abertura, nessa terça feira (7), o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, conversou com jornalistas e disse que as alterações climáticas já causam impacto na agricultura e que a revisão das metas para 2025 deverá considerar tais mudanças.

“Não é um tema de futuro, senão do presente, e os impactos são muito maiores do que pensávamos”, acrescentou. Para ele, as mudanças climáticas afetarão a agricultura econômicamente e isso trará incertezas.

“Por um tempo, tivemos a ideia de que o mundo havia se transformado em um supermercado e que podíamos comprar tudo quanto queríamos. Nós havíamos alcançado a situação do pleno abastecimento, mas agora a mudança climática reintroduz o tema da incerteza e não sabemos o que vai acontecer”, ponderou.

Graziano destacou que essa incerteza afetará todo o comércio, determinará a volatilidade dos preços internacionais e poderá obrigar os países a assegurar o abastecimento interno com medidas protecionistas que  já haviam sido abandonadas. “Nesse contexto, não podemos perder de vista o horizonte de erradicar a fome na região”.

Cristina Esteche

Jornalista

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