Segunda fuga em massa do ano expõe fragilidade da Cadeia de Guarapuava

Foto: Equipamentos utilizados durante a fuga de quinta feira (10)

Por LCK

Ás cinco horas da manhã desta quinta feira (10), 22 presos da Cadeia Pública de Guarapuava conseguiram fugir da unidade. Segundo Altemir Antônio Nascimento, agente penitenciário e chefe da Cadeia Pública, os presos tiveram ajuda externa para conseguirem fugir. “Alguém conseguiu entrar na guarda do solário, rompeu as telas e o portão do solário e da galeria B e abriu as portas das celas”.

A Polícia Civil abriu investigações e está no encalço dos suspeitos de terem auxiliado na fuga. Cordas, “teresas”, serras, pé de cabra e alicates para cortar ferro, usados na fuga, foram apreendidos pela Civil. Segundo Nascimento, um processo administrativo também será aberto para investigar se houve falha ou negligência de algum agente de cadeia pública.

Esta é a segunda fuga em massa do presídio em menos de um ano. Em janeiro, 15 presos conseguiram escapar da unidade. Ao longo dos últimos anos, várias outras fugas, rebeliões e tentativas de motim ou fugas também foram registradas.

As constantes fugas revelam a fragilidade da cadeia pública de Guarapuava. Segundo Nascimento, o local é um “queijo suíço” e apresenta, há muitos anos, falhas em diversos setores como na parte elétrica, hidráulica, predial entre outros. “A gente trabalha para que haja o mínimo de falhas, principalmente humanas, mas nunca escondemos a situação real da Cadeia. Não posso te dizer que nunca mais haverá outra fuga” revela nascimento.

Para aumentar a segurança, a carceragem já trabalha há algum tempo para tentar a instalação de cercas elétricas, câmeras de segurança e sensores de movimento no presídio. Segundo Nascimento, os recursos para a instalação dos equipamentos de segurança foram destinados pelo Conselho de Segurança e da Comunidade de Guarapuava, um dos principais e únicos financiadores e apoiadores da Cadeia Pública de Guarapuava.

Outro problema relacionado a segurança da Cadeia de Guarapuava está na guarda externa. A Polícia Militar é a responsável pela guarda das guaritas e a Civil auxilia durante os plantões. Contudo, há guarda externa somente durante o banho de sol e em dias de visita e não há qualquer tipo de policiamento durante a noite.

A Cadeia ainda conta com um sério problema de superlotação. Criada para comportar 166 presos entre mulheres, menores de idade e homens, a unidade conta hoje com cerca de 300 presos.