Presos na Cadeia da Policia Civil receberão atendimento odontológico dentro da carceragem

Foi inaugurada nessa quarta-feira (05), a primeira unidade de tratamento odontológico dentro de uma carceragem temporária no país. A idéia pioneira foi uma iniciativa do Conselho Comunitário da Comarca de Guarapuava, da Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) e da Prefeitura Municipal. Esse tipo de tratamento, embora garantido por lei, geralmente não ocorre dentro de prisões temporárias ou apenas em casos de urgência, no entanto, há muito tempo as autoridades responsáveis vinham lutando para colocar em prática o projeto na Cadeia de Policia Civil em Guarapuava.

A sala montada para os atendimentos foi totalmente reformada, pois na planta original tratava-se de um depósito que não estava sendo usado no prédio da delegacia. A princípio três dentistas trabalharão no local e completarão a equipe que presta atendimentos de saúde aos detentos da PC, que conta também com enfermeiros em tempo integral, clínico-geral duas vezes por semana e um psiquiatra.

Segundo a Delegada Chefe da 14ª SDP (Subdivisão Policial), Maritza Haissi, embora as carceragens da PC não sejam concebidas para abrigarem detentos por tempo indeterminado, a realidade é outra. A iniciativa de abrigar um consultório odontológico dentro do prédio foi fundamentada em dois pilares principais: “primeiro é dar mais dignidade ao preso que está aqui e o segundo é uma questão de segurança pública”.

Para a Juíza da vara de Execuções Penais e Corregedoria dos Presídios de Guarapuava,
Christine Kampmann Bittencourt, é importante lembrar que um cidadão que está sob custódia do estado não perde nenhum dos seus direitos a não ser o direito a liberdade. Por isso a iniciativa “é uma questão de segurança pública, de saúde pública e de humanização”. A juíza também enfatizou que é prioridade minimizar o trabalho dos policias com trabalhos secundários como transporte de presos para unidades de saúde externas. A criação desse atendimento dentro da PC irá ajudar muito a manter os policias nos locais onde devem estar, perto da comunidade, em contato com a população.

Por Júlio Stanczyk