22/08/2023
Economia

Argentina e fundos voltam a negociar hoje para tentar evitar calote

Representantes do governo da Argentina e os fundos especulativos voltarão a se reunir nesta quarta feira (30) para tentar um acordo que possa evitar que o país dê calote em sua dívida pela segunda vez desde 2001. Na terça feira, as duas partes estiveram reunidas por 12 horas no escritório do mediador judicial Dan Pollack, em Nova York.

"A reunião prosseguirá amanhã [hoje, dia 30], mas ainda não sabemos a que hora. Seguimos trabalhando com toda a seriedade que exige a questão", disse o ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, à imprensa na porta do escritório, a menos de 24 horas de um possível "default" (calote) da Argentina.

 Kicillof chegou ao local por volta das 18h30 de Nova York (19h30 em Brasília), quando a reunião já durava aproximadamente sete horas. Ele desembarcou nos Estados Unidos após deixar a Cúpula do Mercosul, que está sendo realizada em Caracas, na Venezuela.   

O mediador judicial divulgou um comunicado afirmando que as duas partes conversaram frente a frente pela primeira vez e que "houve uma troca franca de pontos de vista e de preocupações", mas que "os temas em disputa continuam sem solução".

NEGOCIAÇÃO

O governo argentino tem até esta quarta feira (30), para chegar a um acordo com os "fundos abutres", que obtiveram a sentença favorável do juiz Thomas Griesa, dos Estados Unidos, para receber ao mesmo tempo que os credores que renegociaram a dívida em 2005 e 2010.

A Argentina pretende acertar o pagamento aos fundos, totalizando US$ 1,33 bilhão, para depois de 2 de janeiro de 2015. A ideia é o juiz Griesa suspender a aplicação de sua decisão até 1º de janeiro, prazo em que expira uma cláusula que obriga o país a equiparar credores que aceitaram as propostas de reestruturação da dívida com qualquer outro credor que receba melhor tratamento.

No dia 26 de junho, a Argentina depositou pagamentos no valor de US$ 539 milhões aos credores da dívida reestruturada, mas o juiz Griesa bloqueou o dinheiro depositado em Nova York, o que pode provocar uma moratória nas próximas 24 horas.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.