22/08/2023
Agronegócio

Agroindústrias geram renda em assentamentos de Guarapuava

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Por Cristina Esteche 

Dona Elizete Josca é uma pequena produtora rural que vive no Assentamento Bananas, no distrito de Guará, no interior de Guarapuava. Junto com outras mulheres, elas estão aumentando a renda familiar fabricando pães e bolachas na mini-indústria de panificação instalada pela Secretaria Municipal de Agricultura. Para beneficiar as mulheres da comunidade onde vivem  61 famílias assentadas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o trabalho é dividido em três grupos que se alternam nos horários. “Um grupo trabalha das 8h00 às 16h00 e outro das 16h00 até a meia noite”. A produção já tem colocação garantida no mercado. “Recebemos encomendas para a merenda escolar; produzimos para a Feira do Produtor”.  O dinheiro arrecadado com as vendas nas feiras é destinado para a compra dos ingredientes.

Produzindo  desde outubro de 2013, as mulheres entregam uma média de 1,3 mil pães por mês o que rende perto de R$ 800 para cada uma. Tudo é encomendado e entregue pela Carmug (Central de Associações Rurais do Município de Guarapuava).

Assim como a panificação, a atividade leiteira é outra fonte de renda nos assentamentos. O presidente da Associação do Assentamento Europa, onde moram 26 famílias, Salvador Corpolato, disse que é a atividade que salva a comunidade. “Já fizemos de tudo. Já plantamos soja, milho, feijão e nada deu certo. Temos dívidas no Banco do Brasil porque fomos enganados por uma cooperativa de outro município. O leite é que nos dá a sobrevivência”. O assentamento ainda não possui uma indústria de derivados de leite por questões legais. Mas nos assentamento Bananas e Rosa duas unidades já produzem queijos, doce de leite e outros derivados, também vendidos nas feiras que são realizadas na Vila Carli e no Bairro Santana, na cidade.

Maria Elza Moreira, é uma queijeira de “mão cheia”,  e uma das primeiras moradoras do Assentamento Bananas, onde reside  há 15 anos. Os projetos de geração de renda já fizeram com que os três filhos que trabalhavam fora retornassem para o Assentamento. "Nunca tivemos tanto incentivo como temos hoje  e dá gosto trabalhar e ver nosso esforço aparecendo nas nossas conquistas. A maior delas até agora vou ver meus filhos voltando da cidade a morar com a gente aqui no assentamento”, diz.

A produção de linguiça e outros embutidos também garante renda extra aos pequenos agricultores. De acordo com Itacir Vezzaro, secretário municipal de Agricultura, as fábricas estão em atividade no distrito de Guará, no Jordão e na Palmeirinha. “Também está em fase de implantação mais três minifábricas para o processamento de conservas, nas localidades de Banhado Grande, Rosa e Bananas.”

Para garantir a produtividade e a qualidade dos produtos a Secretaria Municipal de Agricultura oferece a orientação técnica; viabiliza financiamentos individual e coletivo para grupos com um mínimo de cinco famílias. Missões técnicas também são realizadas para troca de experiências.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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