22/08/2023
Economia

Indústria madeireira estima fim de ano estável para os negócios internacionais

Da redação, com assessoria

Os dados positivos do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre – crescimento anual de 4,1% – devem refletir nas exportações brasileiras de compensado. De acordo com fabricantes da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), a demanda já aumentou e os resultados devem aparecer nos números de agosto. O consenso é de que até o final do ano, pelo menos, as exportações para este mercado serão regulares, com ligeiro crescimento.

Segundo relatório do Bureau of Economics Analysis (BEA) divulgado em julho, os gastos com a construção de casas e melhorias em imóveis nos Estados Unidos aumentou 7,5% no segundo trimestre, ponto favorável aos exportadores de compensado. A categoria havia recuado nos dois trimestres anteriores.

De acordo com dados divulgados pela Abimci, o otimismo da indústria se baseia nos resultados obtidos neste ano. Desde março, o volume de compensado de pinus, por exemplo, triplicaram para o mercado norte-americano, atingindo pouco mais de 9 mil m³ em julho para esse destino.  

Já os negócios com a Europa, principal destino dos produtos madeireiros brasileiros, devem ter uma retomada após as férias de inverno com a retomada dos contratos.

CÂMBIO

Uma das preocupações de alguns empresários ainda é a taxa cambial. Com o dólar em torno de R$ 2,25 desde abril deste ano, muitos estão em alerta. Na avaliação de produtores de compensado, por exemplo, uma taxa ideal seria entre R$ 2,70 e R$ 2,80.

Para os fabricantes de compensado plastificado, além da dificuldade com o câmbio há fatores que historicamente já impactam nas vendas, como a chegada do inverno europeu. Segundo o coordenador do Comitê de Compensado Plastificado da Abimci, Walter Reichert, a Turquia, principal destino desse produto brasileiro, todos os anos diminui os pedidos. “Exportamos, em média 10 mil m³ e esse número deve cair, nos próximos meses, para 6 ou 7 mil m³”, afirma. Reichert explica que uma pequena parte desse volume pode ser absorvida por outros mercados, como Egito e Arábia Saudita.

 MERCADO INTERNO

  No mercado doméstico o momento também é de atenção. Em maio, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) revisou a previsão de crescimento do setor em 2014, citando a baixa evolução do emprego na construção brasileira. A estimativa é de que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil deverá crescer entre 1% e 2% neste ano. A previsão anterior era de alta de 2,8% em 2014, acima do PIB nacional.

Fabricantes de compensado plastificado afirmam que a falta de demanda interna deve refletir nas vendas desse produto. Segundo Walter Reichert, o mercado interno quer qualidade, que pode ser oferecida, mas não paga por isso.

 

 ENCONTRO

Para outubro, a Abimci já programa um encontro nacional com os fabricantes de compensado para debater questões como mercado, normalização de produtos, certificações e traçar novas estratégias de posicionamento dos produtores nos mercados interno e externo.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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