Professores participam do 21º Fórum de Docentes do CREA-PR

Da Redação, com assessoria-Edição Bárbara Franco 

Nove professores de instituições de ensino superior de Guarapuava, Irati e União da Vitória participaram do 21º Fórum de Docentes do CREA-PR, na Universidade Integrada Latino Americana (Unila), em Foz do Iguaçu. Nos dois dias de evento, eles estiveram inseridos em discussões sobre a relação entre o ensino nas universidades e o exercício profissional.

+

Pela Regional Guarapuava do CREA-PR, se fizeram presentes nos debates o conselheiro pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), professor e engenheiro florestal, Eduardo da Silva Lopes, coordenador do curso de Engenharia Florestal da Unicentro, campus Irati, engenheiro florestal, Everton Hilling, coordenador do curso de Geografia da Unicentro, campus Guarapuava, geógrafo, Paulo Nobukuni, o vice-coordenador de Engenharia Ambiental do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), engenheiro ambiental, Clodoaldo Goetz, o vice-coordenador de Agronomia da UNICENTRO, Jackson Kawakami.

Participaram ainda o diretor do Setor de Ciências Agrárias e Ambiental do campus Irati da Unicentro, engenheiro florestal Gabriel De Magalhães Miranda; os coordenadores de cursos de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Guarapuava, engenheiro civil,Dyorgge Alves Silva, e de Tecnologia em Manutenção Industrial, engenheiro eletricista Arthur Hirata Bertachi.

“Eventos como esse são de fundamental importância, aproximando o sistema profissional, com todo o seu conhecimento, sua leitura de atuação profissional, com a visão das instituições de ensino”, disse Kawakami. Ele também ressaltou a presença de coordenadores nacionais de Câmaras Especializadas do CONFEA e das estaduais do CREA-PR, como o engenheiro agrônomo Kleber dos Santos (Agronomia), o engenheiro civil Luiz Capraro (Engenharia Civil), o engenheiro eletricista Sérgio Cequinel Filho (Engenharia Elétrica), o que proporcionou maior peso às discussões.

“O fórum oportuniza o compartilhamento de experiências. É um momento de reflexão que nos leva a voltar para as instituições de ensino e discutir os temas com nossos pares, conversar com os estudantes”, avaliou o coordenador do curso de Geografia da UNICENTRO, geógrafo Paulo Nobukuni. O evento foi realizado na quinta feira (11) e sexta-feira (12).

Discussões

No primeiro dia, Kawakami e Nobukuni participaram da oficina A legislação aplicada ao exercício da docência. “Entendemos que talvez a melhor política para o Conselho é fazer uma maior divulgação dos benefícios de ser registrado junto ao Conselho, como filiação na Mútua, com toda gama de benefícios previdenciários, planos de saúde, CREDCREA, cursos do PROCREA”, contou Kawakami. Entre outras propostas, estiveram também a obtenção e disponibilização de dados e informações referentes aos docentes com e sem registro e com e sem Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de cargo e função; propor que as ARTs de atividade de docência, pesquisa e extensão tenham valor e sejam diferenciais na carreira docente; que o CREA-PR aprofunde a discussão sobre a internacionalização dos cursos.

Outro tema abordado nos debates foi a possibilidade de se implantar um exame de proficiência para o exercício das profissões do sistema CONFEA/CREA, assim como faz a Ordem dos Advogados do Brasil. “É uma discussão preliminar. Mas o Conselho começa a atentar para a necessidade da implantação de avaliação dessa natureza”, constatou Kawakami.

O fórum também teve outras duas oficinas, uma delas com o tema Cursos de Engenharia, Agronomia e Geociências na modalidade à distância, que teve os seguintes encaminhamentos: que o tutor responsável pela disciplina de ensino à distância (EAD) possua capacitação em tutoria e aderência ao conteúdo programático; a realização de diligências e fiscalizações pelo CREA-PR para verificar os itens mínimos das estruturas dos polos presenciais de cursos EAD previstas na legislação; que o Sistema CONFEA/CREA atue na origem do processo na autorização dos cursos junto ao INEP e junto aos seus avaliadores; que o coordenador responsável pelos cursos EAD e presenciais possua capacitação e respectiva habilitação profissional.

Por fim, a oficina Títulos profissionais x concessão de atribuições elencou as propostas: aumentar a divulgação da possibilidade de registro de empresas júnior junto às coordenadorias de cursos e a possibilidade de registro de ART pelos membros que atuaram junto aos projetos; que no próximo Fórum as propostas sejam encaminhadas para a homologação pelo plenário do Fórum; inserir no site do CREA aba com acesso direto à tabela de títulos da resolução 473/02 do CONFEA; que o CONFEA, ao atribuir titulação profissional, se baseie nos títulos disponíveis no Catálogo Nacional de Cursos do MEC; inclusão nas grades curriculares de uma cadeira de Legislação, Ética e Exercício profissional, ofertada como disciplina optativa e que o CREA-PR, em parceria com o MEC, participe da avaliação das atribuições profissionais no processo de reconhecimento do curso por solicitação da instituição.

Sobre esse eixo temático, Nobukuni salientou a importância de não se ter uma visão dogmática sobre as atribuições de cada profissão. “Muitas vezes as pessoas discutem o tema querendo preservar uma reserva de mercado para determinada profissão. O Brasil tem um território imenso e não há profissionais suficientes para trabalhar. Há campo para todo mundo. Acredito que a principal preocupação deva ser formar bem os profissionais e melhorar as condições para o exercício da docência”, analisou.