22/08/2023


Geral

O consumo de crack se tornou uma epidemia, diz psicólogo

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Cristina Esteche

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O consumo de crack, bebidas alcoólicas e outros tipos de droga preocupa as autoridades que tratam do assunto em Guarapuava. “Hoje o consumo de droga se tornou uma epidemia”, observa o psicólogo Giovani Caetano Jasculski, diretor do Departamento de Políticas Públicas de Enfrentamento às Drogas, ligado a Secretaria Municipal de Assistência Social. Segundo Giovani, o consumo de drogas atinge todas as faixas etárias e classes sociais. “É preciso que os pais conversem muito com os filhos porque a droga está dizimando famílias. Muitos moradores de ruas que vem a Guarapuava e que também atendemos perderam a família e a dignidade por causa de droga. Essas pessoas vivem perambulando porque tem vergonha de ficar na cidade onde são conhecidos”.

De acordo com Giovani, em Guarapuava existem várias células, principalmente, de usuários de crack. O especialista lista alguns pontos onde, independente do horário, é possível se deparar com usuários consumindo a droga: Igreja do Degolado, Praça do paço, Lagoa das Lágrimas – às 10h00 e às 16h00 há encontros para fumar maconha – , Parque do Lago, Avenida Castelo Branco, Núcleo Tancredo neves, Xarquinho, Vila Planalto, Vila São Miguel, Jordão. “A situação é gravíssima. Temos até um lugar chamado Cracolândia”.

Se crianças, jovens e adolescentes oriundos de famílias de baixa renda, que compõem a classe social mais vulnerável às drogas, as classes média e alta não estão imunes. “Temos famílias sofrendo por terem usuários de droga dentro de casa, independente da classe social. O Departamento já atende 300 famílias em parceria com os projetos sociais da Assistência Social, mas esse número não traduz a realidade”.

De acordo com  Giovani, é preciso que a sociedade se una para debater essa questão. “A administração municipal já está fazendo a sua parte com a criação de um departamento exclusivo para tratar do enfrentamento às drogas e isso é inédito no País. Temos recebidos autoridades de vários estados em busca do nosso modelo. Mas isso não é suficiente. É preciso ampliar o debate, envolver as famílias porque o consumo de drogas aumenta a criminalidade, desenvolve doenças mentais".

Em Guarapuava o projeto Amor Exigente que vem sendo desenvolvido com famílias de usuários de drogas já atende cerca de 300 pessoas. O programa  atua como apoio e orientação aos familiares de dependentes químicos.  e também para pessoas com comportamentos inadequados. O Amor exigente também é desenvovido pela Assistência Social.

Cristina Esteche

Jornalista

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