22/08/2023
Segurança

Para advogado de jovem preso, latrocínio é incoerente

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Guarapuava – O advogado de Julio César Correa Volupca, 24 anos, um dos jovens que matou cruelmente o taxista Romeu Andrade, contesta que o cliente possa responder por latrocínio, conforme publicada na edição passada da TRIBUNA. É que segundo a delegada chefe da 14ª Subdivisão Policial, Maritza Haisi, há elementos para classificar o crime como latrocínio, que é um roubo com resultado de morte. O latrocínio é o crime mais grave do Código Penal, e não é apreciado pelo Tribunal do Júri, e sim pelo Juízo Comum, o que significa um trâmite mais rápido até a sentença final.
Para o advogado criminalista Jair Ramos (foto), seu cliente não pegou nada da vítima e por isso não deve responder por latrocínio, e sim por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. “Quem vai provar que ele pegou alguma coisa do taxista?”, questiona.
A versão de Julio é que foi influenciado pelo colega, o adolescente também envolvido no crime. “Logo na primeira conversa que tive com o Julio, ele falou que foi no embalo do menor, que foi quem planejou tudo e no dia levou a faca e o fio de cabo elétrico. O Julio disse que deu uma facada, e as outras foram dadas por seu colega”, afirma.
O júri acontecerá no município de Pinhão, local onde aconteceu o crime e município onde os envolvidos residem. O advogado diz que vai embasar a defesa no passado, e antecedentes do jovem. Em janeiro de 2008 Julio César se envolveu em uma briga, mas o processo foi arquivado no início deste ano. “O crime foi grave, a única coisa favorável é que o passado do Júlio é bom, tem residência fixa, sem antecedentes”.
De acordo com Ramos, a pena prevista para homicídio qualificado é de 12 a 30 anos e de ocultação de cadáver de um a três anos. “Por isso a pena mínima que ele deve pegar é de 13 anos”, aponta.
O advogado observa que não entrou com pedido de liberdade provisória por decisão da família do jovem. “Não foi feito nenhum pedido por a família dele temer que pudesse acontecer algo com ele nas ruas da cidade”, declara.
Jair Ramos já conhecia a família do rapaz e por isso aceitou o caso. “Eu não acredito que esse menino fez isso. A mãe dele (Lúcia da Trindade Correa Volupca) está muito abalada e pede perdão à família do taxista Romeu Andrade pelo que o filho fez”, comenta.

Cristina Esteche

Jornalista

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