22/08/2023


Geral

Água de poços e outras fontes alternativas precisa ser monitorada

É comum a ideia de que a água de poço está isenta de contaminação. Na maioria das vezes, isso baseia-se apenas na percepção estética. Toda fonte alternativa – água para uso próprio que não a do sistema de abastecimento público – deve passar por monitoramento permanente da qualidade da água, conforme estabelece a Portaria 2.914 de 2011, do Ministério da Saúde. 

Estudos e análises apontam que na água subterrânea podem ser encontradas substâncias naturais como arsênio, selênio, nitratos ou sulfatos, que limitam ou impedem o seu uso por causarem danos à saúde. Em Londrina, por exemplo, em 2005, havia 200 fontes alternativas sendo utilizadas para abastecimento. A projeção era de que em 2015 mais de 500 estivessem em operação. 

“Como trabalhamos com tratamento de água, sabemos os riscos das fontes alternativas”, ressalta a química Mirian Raquel Bassetti, responsável pelo Laboratório de Análises de Conformidades da Sanepar na Região de Londrina. Segundo ela, a qualidade da água subterrânea deve ser controlada antes, durante e após a sua utilização. “É o que a Sanepar faz”, diz Bassetti. 

“As análises realizadas, exigidas pelo Ministério da Saúde, garantem a qualidade da água distribuída. Alertamos, contudo, que esse procedimento deve ser tomado também por condomínios e todos os outros usuários de fontes alternativas”, ressalta a química. 

Ela explica que, na perfuração de um poço, o maquinário pode arrastar elementos químicos das rochas para a água, assim como a bomba de sucção pode carrear para a água essas substâncias. 

Nos poços individuais, também existe a obrigatoriedade de realizar testes periódicos da qualidade da água e devem ser mantidos para consulta pública os registros sobre as características da água distribuída. O administrador do condomínio é o responsável civil e criminal pelo consumo de água alternativa. “À primeira vista, consumir água proveniente de fontes alternativas como poços e bicas pode parecer atraente. Mas existe o risco de contágio por doenças de veiculação hídrica”, diz a bióloga e técnica em saneamento Rosimere de Castro. 

CONTROLE DE QUALIDADE

A Sanepar envia relatórios mensais das análises da água para as secretarias municipais de Saúde e semestrais para a Secretaria Estadual de Saúde. As secretarias municipais são responsáveis por incluir os dados dos relatórios que recebe da Sanepar no Sistema de Informação da Qualidade da água, do Ministério da Saúde. Nas contas de água que chegam às casas dos clientes, consta um resumo dessas análises. Os resultados também estão disponíveis no site da Sanepar. 

Para assegurar essa confiabilidade da água distribuída em 44,2 mil quilômetros de rede em todo o Estado, a Sanepar mantém uma estrutura de análise laboratorial que segue rigorosamente os parâmetros de qualidade determinados pela Portaria 2.914, do Ministério da Saúde. 

O controle da qualidade da água começa na captação. Cada Estação de Tratamento de Água conta com um laboratório que analisa a qualidade da água no ponto de captação (a chamada água bruta) e em todas as fases do tratamento até a etapa final, quando a água é chamada de produzida e está pronta para o consumo humano. De hora em hora, são analisados aspectos como cor, turbidez, pH, cloro e flúor, na água bruta e na tratada. A alcalinidade é analisada a cada quatro horas. Esses dados servem para apontar necessidades de correção no processo de tratamento. 

Depois que a água entra na rede de distribuição, a Sanepar faz o monitoramento em diversos pontos para analisar a qualidade da água distribuída. A população pode acompanhar a qualidade da água da sua cidade, pela conta de água, que recebe mensalmente, ou acessando o site www.sanepar.com.br. O cliente também pode fazer o cadastro para receber o relatório por e-mail. 

Cristina Esteche

Jornalista

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