22/08/2023


Geral

Volkswagen cancela demissões de 800 funcionários, diz sindicato

Os trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), no ABC paulista, decidiram nesta sexta feira (16) encerrar a greve, que entrava em seu 11º dia consecutivo, após a montadora aceitar readmitir os 800 funcionários demitidos no início do ano, afirma o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Após o acordo nas negociações, a fábrica voltará a funcionar na segunda-feira (19).

Em nota, a Volkswagen afirmou que, como contrapartida, terá de readequar o efetivo. Entre as medidas está um programa voluntário de demissões e a "desterceiração" de funcionários temporários.

Outra ação será a chegada de uma nova plataforma global à fábrica, que atualmente produz os modelos Gol, Polo, Polo Sedan, Saveiro e Saveiro Cross.

De acordo com o sindicato, a montadora também aceitou a proposta de reajuste do salário seguindo o aumento da inflação em 2016.

Em comunicado, a empresa declarou que ambas as partes chegaram a "uma proposta balanceada que possibilitará a adequação da estrutura de custos e efetivo da unidade". 

Ainda segundo a fabricante, "o resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de Programas Voluntários, com incentivo financeiro, e também 'desterceirizações' temporárias para alocação de parte do excedente de pessoal, entre outras medidas. Além disto, assegura a vinda de uma nova plataforma mundial de produto e modelos, solidificando as bases de um futuro sustentável para a Unidade Anchieta”.

Localizada também em São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz foi outra montadora a demitir funcionários no início do ano. Em dezembro de 2014, o nível de emprego das montadoras era quase 8% menor de que um ano antes; havia 12,4 mil menos empregados do que em dezembro de 2013, segundo números da associação das fabricantes, a Anfavea.

GREVE

O anúncio das 800 demissões na Volkswagen aconteceu no último dia6, quando cerca de 11 mil empregados voltavam de uma licença remunerada de quase 30 dias. Em solidariedade aos demitidos, outros milhares de trabalhadores cruzaram os braços, paralisando a produção na planta.

Em nota, a empresa havia atribuido as demissões às condições econômicas. "Em razão do cenário do setor automotivo, diversas medidas de flexibilização da produção foram aplicadas desde 2013, como por exemplo férias coletivas, suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off), entre outras. No entanto, todos os esforços não foram suficientes", afirmou a empresa em nota.

Cristina Esteche

Jornalista

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