O rendimento médio real habitual do trabalhador ficou em R$ 2.163,20, em fevereiro deste ano, uma queda de 0,5% em relação a fevereiro do ano passado. Essa é a primeira queda anual do rendimento desde outubro de 2011, quando retrocedeu 0,3%, e a maior queda desde maio de 2005, mês que registrou declínio de 0,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A PMD produz indicadores mensais sobre a força de trabalho que permitem avaliar as flutuações e a tendência, em médio e longo prazos, do mercado de trabalho.
“Há muito tempo não há uma retração do rendimento. Nesses dois últimos meses, a gente vê o aumento do indicador da inflação. Houve de fato uma retração em função da inflação, para rendimentos em termos reais”, disse a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para calcular o valor dos rendimentos em meses passados, acumulava uma taxa de 7,68% no período de 12 meses.
A queda também pode ser explicada por redução dos postos de trabalho em setores que pagam mais, como a indústria, que teve recuo de 7,1% no contingente de desocupados entre fevereiro deste ano e o mesmo período do ano passado.
O rendimento também teve queda, de 1,4%, na comparação com o mês de janeiro.