22/08/2023
Educação

Escola investe na formação dos professores

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Pinhão – A Escola Municipal Frei Francisco, localizada na Vila Caldas, obteve em 2008 um dos menores Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), com 3,9. A Escola possui 18 professores que atendem 316 alunos entre 6 e 11 anos.
Para compreender o que estava acontecendo na escola, a diretora Cirene Hoffmann, juntamente com a equipe pedagógica, resolveu investigar o motivo do baixo rendimento escolar dos alunos. “Elaboramos um projeto, no qual desenvolvemos uma pesquisa junto aos pais e a comunidade para saber o que eles pensavam da escola, para daí buscarmos uma solução”, explicou Cirene.
A escola então convidou para auxiliar no projeto a pedagoga Nara Coelho e também buscou apoio da Secretaria Municipal de Educação. “A Nara foi de extrema importância porque ela trouxe um olhar de fora, quando você está no problema, muitas vezes não consegue enxergar os defeitos, e a secretária Adriana nos deu pleno apoio para que desenvolvessemos esse projeto”, disse a diretora.
A escola foi autorizada a dispensar as aulas, saíram as crianças e quem ocupou as carteiras foram os professores. “Já tivemos quatro encontros, em cada um deles abordamos um assunto diferente, trocamos experiências, discutimos o cotidiano, é uma maneira de os professores se conhecerem e de conhecer a escola como um todo”, disse ela.
Todo o projeto é custeado com recursos próprios da escola. “É claro que tudo o que pensarmos tem custo, mas a escola tem conseguido manter o projeto sem afetar os trabalhos prioritários, inclusive temos o aval da APMF, tudo isso porque entendemos que investir no professor não é um gasto extra, mas sim, necessário”, afirmou a diretora.
Cirene disse ainda que se trata de um estudo continuado. “É um trabalho que não vai parar, e temos consciência de que a melhora não será repentina mas sim continuada, o retorno virá conforme os alunos forem avançando de série”, explicou.
No último dia 12, os professores participaram de um encontro com a pedagoga mestra em lingüística, Ângela Helena Bona Josefi (foto). O tema abordado foi o “Construtivismo”, uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. “Fiquei encantada com o empenho dos professores em aprender. Quando se fala em cursos de formação, sempre encontram desculpas, não tem dinheiro, não tem tempo, a Escola Frei Francisco está mostrando que é possível”, disse Ângela.
Defensora do Construtivismo, Ângela afirmou que não bastar corrigir o erro do aluno. “É preciso ir além, e identificar o processo de entendimento de cada aluno”, observou.
Para a professora Roseli de Fátima Santos de Ramos, já é possível perceber as mudanças. “O projeto veio ao encontro do que estávamos precisando em sala de aula. O aprendizado em cada um, em cada idade é diferente. Com esses encontros tenho adquirido mais conhecimento, alguns resultados são imediatos, outros virão com o tempo”, disse ela. (Fatos do Iguaçu)

Cristina Esteche

Jornalista

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