22/08/2023


Geral

Aumenta queda de braço entre Governo e grevistas

* Por Rogério Thomas

O Governo do Paraná e os servidores da Educação em greve iniciaram a semana intensificando a “queda de braço”. De um lado, o Estado já disponibilizou os salários dos servidores no Portal da Transparência, fato que está tendo grande repercussão na população. De outro lado, a APP repudia a divulgação, afirmando que os salários estão altos devido a aulas extraordinárias e incorporação do 1/3 de férias.

De acordo com o Governo, os professores receberam o salário integral, já que os descontos pelos dias parados só serão feitos a partir do próximo mês. 
Conforme nota da Agência Estadual, o Governo do Estado teve dificuldades para fechar o pagamento de maio por causa da ação dos grevistas, que impediram a entrada de funcionários na sede da Secretaria da Fazenda, em Curitiba. O ato prejudicou o fechamento da folha dos servidores. O pagamento só pode ser depositado em dia graças a um grande esforço dos servidores da secretaria. 

De outro lado, a APP questiona a transparência do Governo do Paraná e parte para o ataque. “Quando é para ser transparente com o que gasta de verdade, o governo se nega. Por exemplo, em meio a crise financeira que escondeu cuidadosamente durante o período eleitoral do ano passado, o governo Beto Richa gastou, somente em 2014,R$ 6,3 milhões com a Condor S/A Indústria Química. A empresa é responsável pela produção de “munição e artigos de baixa letalidade”. Os materiais comprados neste processo foram utilizados na repressão aos(às) servidores(às) públicos, em especial à nossa categoria, no dia 29 de abril. Como não conseguiu nos derrotar com as balas de borracha, o governo resolveu baixar ainda mais o nível e “facilitar” a busca, no Portal da Transparência do Paraná, dos nossos salários”, afirma nota emitida pelo Sindicato.

Ainda conforme a assessoria de imprensa do Sindicato da categoria “nem a APP-Sindicato nem a categoria são contrárias à transparência. O que ninguém concorda é com a manipulação e maquiagem destas informações. Os salários apresentados na listagem disponibilizada pelo governo, sob a desculpa de ‘dar transparência à remuneração da educação pública no Paraná’, são apresentados de forma a induzir a quem olha os dados ao erro. Para exemplificar, conheça o caso do professor Gustavo Ramires Fernandes, de Cambé. O salário registrado no “Portal da Aparência” é de R$ 3.032,82. Na realidade, ele recebeu R$ 2.808,47 e este valor foi relativo a DOIS MESES de aulas. E o caso dele não é isolado. A maioria dos salários expostos está maior que o normal devido a pagamento do 1/3 de férias, aulas extraordinárias etc”.

Nas redes sociais, através de mensagens enviadas ao sindicato e em diversos meios, a categoria tem se contraposto a este jogo sujo do governo. “Ele quer nos intimidar. Quer fazer com que a população pense: do que eles estão reclamando?”, aponta Ramires. Para a direção da APP, o governo não deveria expor apenas os salários dos(as) educadores(as) – sem maquiagem, claro! -, mas todos os seus gastos, inclusive o salário do secretário Mauro Ricardo Costa, o quanto está pagando ao marqueteiro que contratou a peso de ouro, em São Paulo, para tentar melhorar a imagem no Estado, o quanto tem gasto com os seus comissionados nos mais variados níveis.  “O governo faz uma propaganda enganosa e pérfida, para que a população acredite que temos altos salários. Isso é vergonhoso”, afirma o presidente da entidade, professor Hermes Silva Leão.

Cristina Esteche

Jornalista

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