22/08/2023
Educação

De 2300 formandos do Proerd somente 35 são pais

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Lizi Dalenogari, da Redação

É uma disparidade muito grande e assustadora. Dos 2300 alunos que se formaram na última semana no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência – PROERD, em Guarapuava, apenas 35 pais se formaram. Isso porque a família é um dos elos fundamentais no processo de aprendizagem destas crianças de 06 e 09 anos (1º e 5º anos), que inclui também a escola, a comunidade e a polícia.

Questionada durante a formatura da filha, uma mãe disse que não participou do Proerd Pais e Responsáveis por não encontrar tempo. “Tive que encontrar tempo quando vi meu filho caído em uma sargeta, sujo e desacreditado nele mesmo. Entrei no fundo do poço para resgatá-lo e nunca desisti dele. Mas será mesmo que não poderíamos ter evitado tanto sofrimento? Para ele e para nós? Talvez se tivesse tido a oportunidade que muitos pais tem hoje de participar de um curso como o Proerd, tanta coisa teria sido evitada. Desde os primeiros sinais até quase perder meu filho para o vício, tanta dor seria amenizada”, relata Nilce Terezinha Boscarbin, mãe de Angelo, que venceu a dependência do álcool depois de receber tratamento e auxílio do Departamento de Políticas Públicas sobre Drogas, da Secretaria de Assistência Social do município.

“O programa preventivo é mais uma ferramenta utilizada para preparar as crianças para manterem-se longe das drogas. Com atitudes positivas, respeito às leis e ao próximo, e tendo um alicerce firme em casa, comprovadamente, teremos menos casos de jovens vitimados pelos vícios de toda ordem”, alerta o policial Celso Luís Calisario, instrutor e mentor do Proerd em Guarapuava.

Os profissionais e voluntários envolvidos em todos os programas de prevenção às drogas e à violência, são unânimes em dizer que os exemplos familiares interferem positivamente ou negativamente na vida de jovens e crianças. “Percebemos que está acontecendo cada vez mais cedo e com mais intensidade. É comum vermos um adolescente convidando outro para beber, prá fumar um, para se divertir (desde que envolva bebida ou drogas). Os pais não se dão conta, mas até em uma festinha de criança, quando incluem bebidas alcoólicas como se fosse normal, estão dando um mau exemplo. Se tem bebida alcoólica não é de criança”, esclarece Giovani Jaskulski, vice-presidente do Conselho Municipal Anti-Drogas – COMUD.

“Ao nos omitirmos enquanto pais e responsáveis continuaremos vendo a situação se agravar cada vez mais. Quando digo não a um convite para participar de algo que irá me reciclar, me atualizar sobre os perigos que meus filhos estão correndo, estou lavando minhas mãos e jogando a responsabilidade para a escola, para a comunidade, para o policial do Proerd. Mas não serão eles que irão sofrer mais ao ver meu filho em uma situação de perigo e vulnerabilidade. Somos todos responsáveis e pode acontecer com qualquer um de nós”, alerta Eliziani  Martins, mãe Proerd. 

JURAMENTO DOS PAIS

Eu, aluno Proerd, prometo a mim mesmo, a minha família,

aos meus filhos e as pessoas que aqui estão, estar sempre presente

na vida dos meus filhos, comprometendo-me em amá-los e mantê-los seguros,

e longe das drogas, sendo exemplo, respeitando as regras de segurança,

para termos uma vida saudável e feliz.

Assim eu juro!! E viva o Proerd!

Cristina Esteche

Jornalista

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