22/08/2023
Cotidiano

“Hoje as guarapuavanas não estão mais sozinhas”, diz vítima que superou a violência

Com depoimentos emocionantes, mulheres que superaram a violência pediram o fim da omissão e a união de toda a sociedade guarapuavana nesta segunda feira (31), dia em que a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres completa um ano. “Hoje nossas mulheres não estão mais sozinhas”, diz uma das três mulheres que, enfrentando preconceitos e superando a dor da violência doméstica, permitiu que sua imagem fosse exposta em um painel na entrada da Secretaria. “No meu tempo não tinha nada disso. Não tínhamos em quem nos apoiar e menos ainda a quem pedir socorro. Estamos em um tempo de mudança e não temos o direito de nos omitirmos mais”.

"A conquista de direitos para mulheres e homens é hoje uma urgência para a democracia e desenvolvimento do país. Se as brasileiras são pouco mais da metade da população e mães da outra metade, como pode o país emancipar-se por inteiro sem a igualdade e equidade de gênero?" diz estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Guarapuava está entre as cidades com índices vergonhosos relacionados aos casos de abusos e agressões. “Vejo que a união e o engajamento estão entre as principais conquistas neste um ano de secretaria. O reflexo disso é a presença aqui, hoje, de representantes de entidades, conselhos, secretarias municipais, igrejas e órgãos de segurança pública e principalmente de vítimas que superaram seus traumas e estão aqui, se disponibilizando a contribuir para a mudança de comportamento e mentalidade de nossa sociedade. Fortalecendo a rede de enfrentamento à violência, vamos mudar a triste realidade da cidade”, destaca Eva Schran, vice-prefeita e secretária da Secretaria da Mulher.

“É difícil falar sobre o assunto, principalmente quando envolve nossos familiares. Por isso pedimos a compreensão das pessoas a nos reservamos ao direito de não divulgarmos nossos nomes e dos agressores. Pedimos somente que não mais se omitam. Denunciem caso presenciem cenas de violência. Todos somos iguais e temos direito de viver em um mundo onde podemos resolver as divergências através do diálogo e não abaixo de socos e pontapés”.

Para denunciar ligue 180. Atendimento telefônico 24 horas por dia de mulheres em situação de violência. 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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