“Hoje eu só quero estudar e voltar a andar”, diz Marcos

Taís Nichelle

Os profissionais que atuam no tratamento de pessoas viciadas em drogas são unânimes em dizer que a recuperação só é possível quando o dependente realmente quer mudar. Essa história se reflete em Marcos Antonio dos Santos, de 36 anos, que foi procurado pela psicopedagoga Roseli Haick Vitorass várias vezes, porém nunca aceitou ajuda. “Várias vezes nós (da assistência social) procuramos o Marcos para oferecer tratamento, mas ele nunca quis. Até que recentemente, há uns 3 meses atrás, ele mesmo nos procurou, dizendo que queria mudar”, declara Roseli.

Segundo Marcos, a decisão foi reflexo das perdas que teve por causa do vício. “Eu perdi tudo que eu tinha: dinheiro, bens, minha esposa. Esse caminho das drogas só leva a gente pro buraco”, diz ele, que é usuário de drogas há mais de 20 anos. Hoje, ele está limpo há três meses, e continua recebendo tratamento da Secretaria de Assistência Social. 

“Eu usava de tudo: álcool, cigarro, maconha, crack… Coisa feia de se ver. Até no mundo do crime eu me envolvi. Mas hoje eu me toquei que isso tá errado. Hoje eu só quero saber de estudo e de voltar a andar. Olha só, agora que eu parei de usar droga, me sobra até dinheiro”, conta Marcos, tirando moedas e notas dos bolsos.