“Nós precisamos do trabalho de vocês e todos vamos aprender juntos. Sejam muito bem acolhidos em nosso município”. Foi desta forma que o prefeito Cesar Silvestri Filho, de Guarapuava, recepcionou os sete médicos estrangeiros, seis cubanos e um boliviano, no começo da noite desta terçca feira (29), no gabinete. Cada um recebeu o álbum de fotografias de Valdir Cruz e que ainda não foi lançado oficialmente. “ Vocês estão sendo os primeiros e é uma forma de agradecê-los por estarem aqui” .
Os profissionais integram o programa Mais Médico, do Governo Federal, e vão trabalhar em unidades de saúde localizadas em unidades de saúde onde existem demandas repirmidas de atendimento. Entre Rios, Santa Cruz, Xarquinho, Dourados, Jardim Feroz, Vila São Miguel e Vila Carli foram os locais escolhidos. Eles se somam aos outros 102 médicos que trabalham na rede. "O trabalho de vocês vai se somar ao dos médicos brasileiros".
Antes, porém, dos novos médicos começarem a trabalhar eles terão uma imersão na língua portuguesa e um período de adaptação, anunciou o prefeito. “ Fizemos um convênio com a Unicentro para que eles se adaptaem ao idioma e com acadêmicos de farmácia para que tenham contato com termos técnicos brasileiros”. Outra iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde para a adaptação dos médicos é um curso intensivo sobre especialistas. “ Todos os médicos que atuam na rede municipal de saúde farão esse curso no Cisgap (Consórcio Intermunicipal de Saúde de Guarapuava). Os médicos cubanos são generalistas.
A intenção é que a partir de agora as unidades de saúde sejam a referência do bairro contendo a demanda nas unidades de urgência e emergência. Todas as ações se voltam para melhorias na saúde pública.“Vamos mudar a qualidade no atendimento médico nos postos e da Saúde da Família”.
De acordo com o cubano Jorge Luiz Perez Molina, ainda não é possível estabelecer uma diferença na saúde de Cuba e do Brasil. “Temos algumas informações, mas estamos chegando agora e ainda não conhecemos a saúde do Brasil”.
Com seis anos de formação acadêmica e uma metodologia voltada para a saúde preventiva, os novos médicos terão que trabalhar com uma mudança de cultura. No Brasil a pripridade ainda é a saúde curativa.
“A nossa profissão é preventiva, mas também temos condições de trabalhar com a medicina em geral e algumas especialidades específicas. O que queremos mesmo é trabalhar, ajudar as pessoas pobres que vivem na periferia. Essa é a nossa missão, a nossa profissão” .
Carlos Zanabria é boliviano, mas estudou medicina na Argentina . É médico generalista, traumatólogo ecirurgião de coluna. ‘’Estou aqui para fazer o melhor de tudo o que eu sei fazer, que é trabalhar, cuidar da saúde das pessoas, principalmente, daquelas que mais precisam”.
Em todos os pronunciamentos, a tônica foi de que os estrangeiros estão no Brasil para exercer a missão da medicina em pro dos mais necessitados. Os agradecimentos pela acolhida também pautaram as manifestações dos novos médicos.