22/08/2023


Guarapuava Segurança

“A cadeia do jeito que está é um inferno”, diz Conselho da Comunidade

Entidade faz reformas pontuais no cadeião de Guarapuava e cobra que o Estado faça a sua parte

cadeiao

Uma das celas do cadeião (Foto: Reprodução/G1)

Enquanto o projeto para a construção da Casa de Custódia em Guarapuava não sai do papel, o Conselho da Comunidade busca melhorar as condições físicas da cadeia pública. De acordo com o vice-presidente da entidade, Flavio Sichelero, “A cadeia do jeito que está é um inferno e para melhorar as condições algumas reformas pontuais estão sendo executadas”.

Para impedir a fuga de presos pelo telhado, o forro foi trocado por lajes que, além de dar melhor visibilidade no monitoramento, impede que buracos sejam feitos.
Segundo Sichelero, as celas agora contam com ventiladores e exaustores contra a umidade, já que há muitos casos de tuberculose, e para o melhor convívio entre os presos.

“A cadeia já vive superlotada, já não existe mais Ala A ou B, está tudo misturado. No seguro [espaço onde ficam os que foram presos por crimes sexuais e os que estão jurados de morte por outros presos], o espaço é para 15, mas está sendo ocupado por mais de 50, e se não houver um mínimo de condições, fica difícil não querer fugir”.

A construção de uma nova cozinha, da sala de estudos para mais de 50 condenados, implantação da eclusa para a entrada de presos, câmeras de segurança, laptops para aulas do Ceebja também estão entre as obras já concluídas. O Conselho da Comunidade também comprou contêineres que servirão como acesso para melhorar o trânsito entre as galerias até o pátio de sol e também contribuir para melhor monitoramento contra fugas.

“Nós estamos fazendo a nossa parte, mas é preciso que o Estado compareça. Precisamos da Casa de Custódia com muita urgência. Precisamos de força política para que o projeto seja executado”.

Os recursos utilizados pelo Conselho da Comunidade pertencem ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). “Estamos usando o dinheiro pago pelo crime para combater o próprio crime”, disse Sichelero.

Cristina Esteche

Jornalista

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