22/08/2023

A questão vai muito além da falta de água e luz

Se não bastasse a falta de água que está atormentando moradores de Guarapuava, agora  também está havendo a interrupção de energia elétrica na cidade e no interior. Há famílias que estão sofrendo  ao mesmo tempo com a falta tanto de um quanto de outro.

Sabemos que este está sendo o  verão com temperaturas mais altas nos últimos 74 anos com uma média de 32º C, o que é muito para quem vive em Guarapuava, uma região considerada de clima frio. Segundo meteorologistas, isso acontece porque uma massa de ar quente e seco está impedindo a entrada de umidade.  A consequência é que os níveis dos reservatórios vão caindo. Em Guarapuava, por exemplo, o Rio das Pedras, manancial de água que abastece o município, está com 50% da sua capacidade.

A verdade é que um fato está ligado ao outro. Com dias e noites mais quentes  a reação das pessoas é ligar aparelhos de ar condicionado, ventiladores e outros aparelhos que minimizem o calor. Portanto, há mais consumo de energia.

De outro lado, a água que já falta nas torneiras agora também provoca a interrupção de energia elétrica. Vale lembrar que 80% da energia no Brasil são gerados por hidroeletricidade.

Como se vê  tudo está interligado. A falta de chuva, o calor intenso, o consumo excessivo. E agora a culpa é de quem? Do governo que compete a obrigatoriedade de encontrar alternativas viáveis para a geração de energia? Da população que deve realizar um consumo consciente e que se deve se preparar para armazenar água em reservatórios, já que nos últimos anos, neste período, a situação se repete?  Da própria ação predatória que devasta a natureza provocando mudanças climáticas e cujo quadro tende a se agravar a cada dia que passa?

Como podemos observar, é preciso  urgência nas ações de todos. Afinal, o desafio é bem maior do que simplesmente reclamar que pagamos impostos e que exigimos o fornecimento de água e luz. Medidas alternativas precisam ser encontradas e disponibilizadas e a natureza está aí, mesmo sendo massacrada, oferecendo outras opções. A energia eólica seria um bom começo. Guarapuava possui o Jordão, cujos ventos sopram à espera de um investidor nessa área, segundo alguns entendidos no assunto.
 

Cristina Esteche

Jornalista

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