Acolhimento faz a diferença nas igrejas evangélicas. Número de jovens é crescente

Por Cristina Esteche

O número de evangélicos de Guarapuava que participou da Marcha de Jesus  neste ano aumentou  em relação ao evento de 2013. A avaliação é do Pastor Luiz Saez Gonçalves, presidente do Conselho Municipal de Pastores, entidade que reúne  15 igrejas. De acordo com estimativas, cerca de duas mil pessoas participaram do evento que começou na Praça Cleve, percorreu as principais ruas da cidade e terminou com o show gospel de André Valadão, no Pahy Centro de Eventos, na noite de sábado (17).

O crescimento da população evangélica no município é um reflexo do aumento nacional registrado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e revelado em 2012 com base no censo de 2010. Na última década, cerca de 61,5%, o equivalente a 16 milhões de novos fieis entraram para as igrejas evangélicas e pentecostais.

Para se ter uma ideia, em Guarapuava a Igreja Assembleia de Deus possui 97 congregações  e 16 mil membros no município, enquanto a Comunidade Vida conta com seis mil membros, segundo Guilherme Ortiz, assessor da Prefeitura para Assuntos Evangélicos. Além da Igreja do EvangelhoQuadrangular, Metodista e demais igrejas evangélicas, presbiterianas e pentecostais há aquelas consideradas independentes, ou seja, que não seguem uma hierarquia.

Durante a concentração religiosa foi possível ver o envolvimento dos jovens  numa demonstração de que  religião evangélica tem penetração entre  essa faixa da população. Esse fato também é comprovado pelo IGBE. "A proporção de católicos é maior entre as pessoas com mais de 40 anos, decorrente de gerações que se formaram em períodos de hegemonia católica", afirmou o IBGE. "Ao inverso, evangélicos têm maior proporção entre crianças e adolescentes", acrescenta o estudo. Para o Pastor Luiz, o jovem influencia amigos e a família.

“Eu estou na 7ª Igreja Quadrangular na Vila Bela. Me converti em 2007, pois era católica. Eu era mundana e quando cheguei na igreja estava bastante ferida internamente, com problemas de família. Hoje sou feliz, sou líder do Ministério ‘Os Inconformados’ e levei todos os meus familiares para a igreja”, diz  Edicleia Aparecida Waleguscki, 24 anos. Esse ministério pinta o rosto com cores e formas para demonstrar a indignação com a violência, com a corrupção. “Somos indignados com a miséria do mundo em todos os sentidos”, afirma a jovem.

Os jovens da Igreja Pentecostal Filadelfia, localizada no Bairro Santana, literalmente “vestem”  a camisa de Jesus. Com a inscrição “Somos loucos por Ele” nas camisetas eles querem mesmo é  mostrar  que são loucos por Jesus. “Queremos demonstrar a nossa loucura por Jesus e por isso usamos a camiseta.  Mas no dia 9 de outubro vamos realizar um culto à fantasia para mostrar a fé, a loucura que temos por Ele”, disse Jeferson Zablocki, o Coquinho.

Católica durante mais de 20 anos, dona Zelia Amaral, trocou de religião há três anos. “A maneira como fui recebida pelo pastor e pelos membros da igreja me cativou. Não somos apenas , mais um, mas fazemos parte de uma imensa família. No momento em que me converti a depressão que sentia acabou, a minha vida melhorou em todos os sentidos. Me encontrei verdadeiramente com Jesus e a Ele louvo todos os dias”, depôs a fiel da Igreja Assembleia de Deus.

Banda  Valentes do Rei, da Igreja Metodista

Para o pastor Luiz, o acolhimento realizados pelas igrejas fazem a diferença. “As pessoas dizem que a igreja transforma, mas não é a igreja que faz essa mudança. A acolhida é que faz a diferença”.