O advogado Elias Mattar Assad, que representa a médica Virgínia Soares de Souza, acusada de matar pacientes em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Evangélico de Curitiba, entregou à Justiça a defesa preliminar da médica. Assad solicita uma comissão de peritos técnicos, a impugnação dos prontuários e a exumação de todos os cadáveres citados no processo. Além disso, ele afirma que o processo tem erros.
Virgínia Soares de Souza foi presa em 19 de fevereiro deste ano. Ela e mais sete pessoas foram acusadas pelo Ministério Público de homicídio com duas qualificações e formação de quadrilha, sendo que cinco chegaram a ser presas. O processo tem como base uma investigação do Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa) que assim que se tornou pública provocou uma série de denúncias de ex-funcionários do hospital e de familiares de pacientes.
Segundo o advogado, questões processuais foram encaminhadas de forma errônea. “Ilegalidade de escutas telefônicas, provas ilícitas, crime de falsa perícia, quando na transcrição telefônica trocaram a palavra ‘raciocinar’ por ‘assassinar’, apreensão de prontuários no hospital, sem deixar originais no hospital, o que nos leva a supor, e com razão, que esses documentos não merecem fé (…) quem pode trocar termos, pode também alterar prontuários”, citou.
Conforme a acusação, os pacientes foram mortos por asfixia, com uso do medicamento Pavulon e diminuição de oxigênio no respirador artificial.