A Agrária estuda a possibilidade de construir três pequenas centrais hidroelétricas (PCH) que beneficiarão os municípios de Reserva do Iguaçu, Pinhão com abrangência de outros da região. O pré projeto já está em andamento e cumpre todas as exigências legais, como estudos de impactos social e ambiental. A proposta tramita na Anel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Se aceita, será realizada audiência pública e posteriormente o projeto precisará de aprovação da Câmara de Vereadores.
Outra PCH também está sendo disputada pela Hidrelétrica Foz do Capão Grande Ltda, do Grupo Reinhofer, também de Guarapuava, e outro de Ponta Grossa que tem como sócio o ex-prefeito de Reserva do Iguaçu, Juca Farah.
De acordo com o superintendente da Agrária, Adam Stemmer, o impacto social que será gerado com as três obras propostas pela Agrária será pequeno. “Não existem nesses locais famílias indígenas, quilombolas ou outras”, afirmou à REDE SUL DE NOTÍCIAS. Segundo Stemmer, as PCH ‘s terão capacidades de 2 megawats, 3 megawats e 7 megawats, respectivamente. As obras, se aprovadas, serão construídas nos rios Lajeado, na divisa com o município de Pinhão, e Capão Grande , que é próximo ao Passo da Reserva, num investimento orçado em mais de R$ 100 milhões. As obras levarão dois anos para serem concluídas e gerarão entre 500 e 600 empregos cada uma. “Isso significa praticamente o fim do desemprego em reserva do Iguaçu e municípios da região, além do aumento da arrecadação”, comemora o prefeito Emerson Júlio Ribeiro.
A quarta usina em disputa entre o Grupo Reinhofer e outro envolvendo Juca Farah está sendo projetada para o Rio Reserva e Lajeado das Torres, alagando parte no município de Reserva do Iguaçu e outra em Pinhão, gerando em torno de 10 mw de energia. O projeto também se encontra em análise da Anel, ainda se parecer. De acordo com Bruno Reinhofer, nenhuma das partes possuem povoamento. “As margens possuem apenas mata e a parte de área de preservação permanente não será afetada já que fica na parte de cima do rio”, assegura. Segundo Bruno, já existe um levantamento da fauna e da flora do local. O impasse está na disputa, já que uma área depende da outra. “O Juca Farah não quis entrar em consenso com o nosso grupo. Se isso acontecesse a situação já estaria resolvida”, diz Bruno Reinhofer.
O investimento está orçado em R$ 40 milhões com 70% dos recursos financiado pelo BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) e segundo a Anel, levará cinco anos para entrar em operação, após o inicio das obras.
POLÊMICA
A polêmica que antecipa essas obras e que provoca boatos na comunidade dos municípios envolvidos refere-se, principalmente entre a população de Reserva do Iguaçu e Pinhão, está ligada à Igreja de Nossa Senhora Aparecida, na localidade do Passo da Reserva. Local de turismo religioso, com uma natureza que brinda os visitantes com uma cachoeira cuja história mística envolve as romarias que acontecem anualmente, principalmente em 8 de dezembro, o espaço, porém, não será afetados pelos possíveis alagamentos.
“O Passo da Reserva fica no outro lado do rio e não será afetado em nada”, garante o presidente da Agrária, Jorge Karl.
Para o prefeito de Reserva do Iguaçu, Emerson Júlio Ribeiro, esse boato foi espalhado pelo grupo político de oposição durante a campanha eleitoral no município. “Se houve algo que fosse prejudicar um dos principais pontos turísticos do nosso município e um local de fé do nosso povo, seríamos os primeiros a impedir. Mas as obras vão gerar renda e mais impostos para o município, beneficiando a população e o próprio Passo da Reserva”, explica o prefeito.