22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Amor incondicional leva Amanda e Rodrigo a adotar um casal de irmãos

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Cristina Esteche

Guarapuava – Amor incondicional traduz a iniciativa do casal Amanda e Rodrigo Alvarenga, de Guarapuava. Casados há dois anos e com o sonho de ter a casa cheia de filhos, embora sem poder gerá-los, a adoção passou a tomar conta da vontade dos dois. De acordo com Amanda, a iniciativa partiu de Rodrigo que foi até o Fórum para saber qual seria o procedimento para iniciar o processo de adoção.

“Não acreditei”, mas passados alguns dias, Rodrigo chegou em casa com a relação dos documentos necessários e informações sobre as entrevistas. “E para minha surpresa, ele havia separado todos os documentos e já havia agendado as entrevistas. “Fomos preencher nosso perfil e como muitos casais, o nosso desejo e era adotar um bebezinho lindo e saudável”. Segundo Amanda, em determinada altura do processo, foram convidados a fazer uma visita em uma instituição de acolhimento (Casa Lar) para conhecer a rotina das crianças, sem, entretanto, saberem quais crianças estavam disponíveis para adoção. 

“No dia marcado, junto conosco haviam mais dois casais. Assim que entramos na casa, veio um menino com dificuldade para andar e foi com o primeiro casal, depois foi até o segundo casal e quando chegou até o meu marido, já cansado pelo esforço físico, falou: Upa, tio! Aquilo balançou minhas emoções e saí de perto para não chorar. Aquele menino passou a tarde no colo do meu marido e não deixava as outras crianças se aproximarem de mim. Saímos de lá e meu marido falou: – Vou voltar pra buscar aquele menino”. Alguns dias se passaram e Rodrigo sentiu saudades de Tamir, o menino que havia conhecido. 

Segundo Amanda, na última entrevista com a psicóloga, ela disse que havia um casal de irmãos que estava disponível. “Meu marido começou a ficar nervoso e perguntou se o menino se chamava Tamir, porque se fosse ele seria nosso. Ela respondeu que sim, mas que ele tinha uma irmã e meu marido disse que ela também seria nossa.  A psicóloga insistiu que o nosso perfil não era adotar um menino de seis anos com problemas neurológicos e com uma irmã de quatro. Mas meu marido pediu para mudar o nosso perfil”.

Mas, segundo relato de Amanda, havia um “porém”, já que outro casal também tinha o interesse de adotá-los. Por ser do Nordeste e pela distância, houve a desistência. Então, não havia mais ninguém na nossa cidade e no Cadastro Nacional que os aceitasse. Eles eram nossos”.

Começou, então, a fase de aproximação . “No primeiro dia fomos a um Parque e foi incrível. Na saída já falaram: – tchau pai! – tchau mãe!, sem ninguém ter falado nada a eles. Foi uma grande emoção.
Passamos a pegá-los nos fins de semana e era muito difícil deixá-los novamente no abrigo, já que nossa documentação ainda não estava pronta e precisávamos esperar. Era terrível”. No dia 10 de outubro de 2016, num final de tarde,  Amanda e Rodrigo foram buscá-los. “Naquele dia eles, enfim, eram nossos filhos e haviam renascido pra nós”.

A primeira providência dos pais foi levar o Tamir ao médico, pois ele tomava seis tipos de remédios de seis em seis horas por que era considerado agressivo e frequentava a escola especial por este motivo. “Mas conosco ele não apresentava este comportamento. O médico retirou os medicamentos e ele começou a falar e correr.

"A irmã Tamara, linda, encantadora, independente. No primeiro mês ela teve febre e passou muito mal. Descobrimos que ela tinha uma sinusite avançada e ficamos alguns dias internados com ela no hospital. Ela também tinha um dedo com uma pequena deficiência que a impedia de esticá-lo. Passou por uma cirurgia e foi um sucesso. O Tamir hoje toma apenas dois medicamentos de 8 em 8 horas e passa por avaliações. É um doce de criança. Não é nada do que nos foi dito e apresentado. Ou será que agora que ele tem uma família mudou?

Não sei. O que sei é que na primeira semana, no meio do parquinho do shopping perguntei se estavam felizes e a resposta foi: – Sim, porque agora temos uma família, foram as palavras da nossa filha Tamara. Quanto ao Tamir… bem, eu acredito que o amor está transformando a vida dele”, diz Amanda.

Ela diz que escreverá relatos quinzenais que serão publicados na página Diários de Adoção.

Por mais casais e amores assim, 😉 Sempre.

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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