Os médicos de Guarapuava decidiram em assembleia não paralisar os atendimentos por conta dos protestos previstos para acontecer hoje (30) e amanhã (31), contra o programa do Governo Federal Mais Médicos. Ao invés disso, eles irão orientar a população, durante as consultas, sobre o que o programa oferece e contrapor os riscos que eles causam tanto a classe como a quem precisa de atendimento.
De acordo com o médico Antônio Marcos Cabrera Garcia, presidente do Conselho Regional de Medicina de Guarapuava, o programa não ajudará a população e sim os políticos. “Esse programa tem duração de três anos e depois como fica quem precisa de atendimento? Entre esse tempo tem duas eleições, uma pra presidente e outra para governador e isso só vem de encontro com os interesses dos governantes. Por isso queremos que a população saiba o que está sendo feito”.
Ainda segundo Garcia é uma forma de reivindicar melhorias para a categoria. “O programa prevê salário de R$ 10 mil, sem férias, décimo terceiro, ou seja, sem nenhum direito trabalhista. Desses 10 mil são descontados imposto de renda e vários outros impostos. Sem contar que quando acabar esses três anos o profissional fica sem emprego, sem direito a nada e a população sem atendimento. O que queremos com isso, é mostrar que a categoria deseja um plano de carreira bem estruturado que favorece os dois lados: quem trabalha e quem precisa de atendimento”.
Garcia ainda fala sobre o plano de carreira que é discutido há anos e nunca foi autorizado pelo governo. “Desde 1994 a proposta está em discussão. Queremos algo com concurso publico, que o médico seja mandado para região de acordo com sua colocação. Se ele não quiser assumir perde a vaga e a instabilidade. Também, atender especialidades e não só a atenção básica como prevê o Mais Médicos. Precisamos de uma solução para o problema e que não seja só emergencial”, pontua.