22/08/2023


Geral

Ao invés de paralisação, médicos de Guarapuava orientam população

Os médicos de Guarapuava decidiram em assembleia não paralisar os atendimentos por conta dos protestos previstos para acontecer hoje (30) e amanhã (31), contra o programa do Governo Federal Mais Médicos. Ao invés disso, eles irão orientar a população, durante as consultas, sobre o que o programa oferece e contrapor os riscos que eles causam tanto a classe como a quem precisa de atendimento.

De acordo com o médico Antônio Marcos Cabrera Garcia, presidente do Conselho Regional de Medicina de Guarapuava, o programa não ajudará a população e sim os políticos. “Esse programa tem duração de três anos e depois como fica quem precisa de atendimento? Entre esse tempo tem duas eleições, uma pra presidente e outra para governador e isso só vem de encontro com os interesses dos governantes. Por isso queremos que a população saiba o que está sendo feito”.

Ainda segundo Garcia é uma forma de reivindicar melhorias para a categoria. “O programa prevê salário de R$ 10 mil, sem férias, décimo terceiro, ou seja, sem nenhum direito trabalhista. Desses 10 mil são descontados imposto de renda e vários outros impostos. Sem contar que quando acabar esses três anos o profissional fica sem emprego, sem direito a nada e a população sem atendimento. O que queremos com isso, é mostrar que a categoria deseja um plano de carreira bem estruturado que favorece os dois lados: quem trabalha e quem precisa de atendimento”.

Garcia ainda fala sobre o plano de carreira que é discutido há anos e nunca foi autorizado pelo governo. “Desde 1994 a proposta está em discussão. Queremos algo com concurso publico, que o médico seja mandado para região de acordo com sua colocação. Se ele não quiser assumir perde a vaga e a instabilidade. Também, atender especialidades e não só a atenção básica como prevê o Mais Médicos. Precisamos de uma solução para o problema e que não seja só emergencial”, pontua.

Cristina Esteche

Jornalista

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