22/08/2023
Cotidiano Em Alta Região

Aos poucos, a vida volta ao normal em Rio Bonito do Iguaçu

De forma improvisada, lojas, lanchonetes e pequenos comércios vêm mantendo o atendimento e também dando apoio e abrigo a voluntários

Imagem aérea mostra destruição de Rio Bonito Iguaçu (Foto: Jonathan Campos/AEN)

Depois da passagem do tornado que destruiu parte da cidade, o cotidiano começa, aos poucos, a retomar o ritmo em Rio Bonito do Iguaçu. Entre escombros, lama e incertezas, comerciantes e moradores se unem para reconstruir o que o vento levou. E mais do que isso, provar que a solidariedade é mais forte que a destruição.

De forma improvisada, lojas, lanchonetes e pequenos comércios vêm mantendo o atendimento. Eles oferecem não apenas produtos e refeições, mas também apoio e abrigo a voluntários e vizinhos.

“A gente perdeu material, mas não perdeu a vida. E agora é correr atrás e reconstruir”, resume Anderson Moreira, gerente de uma loja de materiais de construção, totalmente destruída.

Ele conta que escapou por pouco da tragédia.

Eu estava na loja e pedi pros colegas saírem mais cedo porque o tempo estava feio. Cinco minutos depois, o tornado passou e levou tudo. No mesmo dia, a gente começou a atender na outra unidade, sem luz, sem internet, só com um caderno e uma caneta. Pegava o CPF e o nome das pessoas pra anotar. O importante era ajudar.

Mesmo diante da incerteza, Anderson mantém a esperança.

Meu patrão participou de uma reunião com o governo e o prefeito, e falaram que vai ter ajuda. Então ele abriu as portas e disse: vamos confiar. Agora é fé e trabalho.

Do outro lado da rua, em frente à paróquia, a lanchonete de Maria de Lourdes Pacheco se transformou em ponto de apoio para voluntários e moradores. De acordo com Loures, ela encontra-se há mais de 20 anos no mesmo endereço, e agora viu o salão virar refúgio.

O pessoal vem pra comer, pra usar o banheiro, pra descansar um pouco. Quem tem dinheiro paga, quem não tem, a gente anota. Vai na boa fé. O importante é ajudar uns aos outros.

Mesmo com as perdas, ela garante que não vai desistir. “Pensei em ir embora, mas não vou abandonar minha cidade. A gente vai colocar tudo de pé de novo.”

O governo do Paraná anunciou auxílio financeiro de R$ 1 mil mensais para famílias em situação de vulnerabilidade no município. A ajuda deve garantir o mínimo de segurança para quem perdeu tudo.

Entre os comerciantes, a solidariedade virou rotina. O dono de uma loja de móveis, Gilmar Kruger, conta que abriu as portas do estabelecimento para quem participa das ações de reconstrução.

A gente deixa o pessoal entrar, comer, descansar. É hora de se abraçar como nunca. A gente espera a ajuda do governo pra se restabelecer, mas também tem muita fé de que tudo vai melhorar.

O veterinário Paulo Henrique Brustolin, proprietário de uma agropecuária, também tenta manter o atendimento, mesmo depois de perder a casa. “Agradecer por estarmos vivos já é muito. A loja fica aberta até as quatro da tarde pra atender quem precisa, e depois a gente sai pra ajudar os outros. É hora de unir forças.” (Com AEN)

Leia outras notícias no Portal RSN.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

RSN
Visão geral da Política de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.