22/08/2023
Geral

Apesar do sucesso do transplante, Maria Julia ainda sofre com a doença

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A menina Maria Julia Franciosi Gelinski, que passou por um transplante de medula óssea há três meses, terá que passar por um novo tratamento para combater o câncer. Novos linfomas voltaram a surgir e ela retornou ao Hospital Nossa Senhora das Graças no dia 2 de fevereiro.

De acordo com a sua tia Patricia Franciosi, Maria Julia aguarda a chegada de um medicamento que está sendo importado dos Estados Unidos e que atuará diretamente nas células cancerígenas. O remédio foi lançado em novembro de 2011 e ainda não foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Por isso, a trâmite para que o remédio seja importado é burocrático, moroso e caro. É justamente essa demora que está provocando a angústia nos familiares da menina. Hoje a sua mãe Karen postou comentários no Facebook pedindo que as pessoas continuem rezando para que o remédio chegue logo ao Brasil.

 

Segundo Patrícia, existe um kit dessa medicação num laboratório em São Paulo, mas destina-se a outro paciente.
Maria Julia deverá receber o tratamento uma vez por semana durante três semanas seguidas, substituindo a quimioterapia que ela está impossibilitada de fazer por causa do transplante.
A menina está tendo febre. Isso não quer dizer que houve algum tipo de complicação gerado pelo transplante. “O transplante continua dando certo e a medula da Maju já é 100% do doador. Portanto, sã. O corpinho dela é que está doente”, explica Patrícia.

 

Como acontece desde o início da descoberta da doença, a família de Maria Julia está confiante. Além da fé que sempre moveu a família a lutar para encontrar um doador que fosse compatível, a ciência também dá a sua força. O remédio que está sendo aguardado já tem números que contribuem para aumentar ainda mais a confiança e a esperança dos familiares.
“Esse medicamento já foi aplicado em 9 crianças. Seis já estão completamente curadas. Destas, quatro possuíam a mesma espécie de câncer linfático que a Maria Julia possui”, afirma Patrícia.

A LUTA CONTRA O CÂNCER
A luta de Maria Julia contra um câncer linfático começou há um ano, no dia 4 de agosto de 2010, e em 2 de setembro iniciava o tratamento quimioterápico. A partir de então a mãe Karen, a tia Patrícia, outros familiares e amigos começaram uma verdadeira maratona em busca de doações de medula óssea com a intenção de encontrar um doador compatível. Várias campanhas foram realizadas em parceria com o Hemocentro de Guarapuava. Mais de 2 mil doadores foram registrados. Em 8 de novembro de 2012 foi feito o anúncio de que Maria Julia havia encontrado um doador com 100% de compatibilidade e no dia 18 de novembro do ano passado, após quatro horas de cirurgia, a menina recebeu a nova medula óssea. No dia 12 de dezembro ela recebeu alta hospitalar e foi para casa. Um nódulo que surgiu numa das pernas da menina e o quadro febril levaram Maria Julia de volta ao Hospital. Era o sinal de que o câncer tinha voltado.

“Ela sabe que a doença voltou, que vai ter que tomar novo medicamento, mas se mantem calma, sem nenhum estresse. Estamos muito confiantes e pedimos que as pessoas continuem rezando para que esse remédio chegue logo ao Brasil”, pede Patrícia. A chegada do medicamento leva em média três semanas por causa dos trâmites burocráticos de importação. Maria Julia está internada há 12 dias.

Cristina Esteche

Jornalista

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