22/08/2023
Cotidiano

Após 13 anos no mundo das drogas, jovem se torna missionário

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Ele começou a consumidor drogas ainda na adolescência e permaneceu nesse submundo durante 13 anos. O início foi experimentando a sensação provocada pela maconha, depois veio a cocaína, o crack, a perda da família, da auto-estima, da dignidade. Ele fumou maconha por 11 anos.

O que levou Marcos Gabriel de Brito (foto) às drogas nem ele sabe explicar. Quando questionado sobre isso, pensa, titubeia na resposta e generaliza.

"O que me levou às drogas…. Foi uma série de fatores começando pelo rock, o encontro com falsos amigos, enfim, a balada", diz, ainda pensativo. "O que sei é que perdi tudo o que tinha até que um dia não aguentei mais e pedi ajuda. Eu estava há dois no crack".

A recuperação de Marcos foi no Recanto de Cristo. "Foi um milagre, graças a Deus", reconhce. "Eu tenho um amigo que está há 10 anos no crack e não sei como ainda sobrevive. Sempre dizem que o crack mata, que não tem saída, mas acho que depende do organismo e, principalmente, da fé de cada um. Eu estou recuperado e dedico a minha vida auxiliando outros dependentes", conta.

Marcos está em missão na Comunidade Bethânia em Guarapuava há dois meses, uma entidade ligada à Igreja e à Congregação Sagrado Coração de Jesus. "Como minha vida mudou pela fé aceitei o chamado de Deus para essa missão. Passei a acreditar em mim e nas pessoas. Se eu tive jeito, outras pessoas também tem e também serão filhos de Bethânia", diz.

A comunidade que recupera dependente químicos está sediada em três cidades do Paraná (Guarapuava, Castro e Curitiba), além de possui uma unidade em São Paulo e outra em Santa Catarina.

FILA DE ESPERA

Em Guarapuava a Comunidade Bethânia está localizada no Guabiroba, numa chácara. A entidade abriga 25 internos e possui uma lista com cerca de 500 nomes à espera, de acordo com Marcos Gabriel de Brito.

O trabalho de recuperação se consiste em orações, palestras, grupos de ajuda (Grupos de Vida) e afazeres diários. O atendimento é gratuito e a Comunidade depende de doações para a sua manutenção.

"Trabalhamos as três dimensões: psico-afetiva, espiritual e o trabalho para ocupar o tempo ocioso. Acreditamos que a religião é fundamental para a recuperação", diz .

Não há uma estatística na Comunidade sobre o número de pessoas recuperadas e de reinscidência

Hoje estão sendo reformados o refeitório e a cozinha.

Quem desejar contribuir com materiais para construção, alimentos, produtos de higiene pessoal/limpeza e outros, poderá entrar em contato pelo site www.bethania.com.br

Cristina Esteche

Jornalista

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