22/08/2023
Guarapuava

Após 22 anos, ex-alunos do Carneiro Martins se reúnem

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Lizi Dalenogari

Guarapuava – O magnetismo é o mesmo que os uniu na década de 90. E neste encontro, 22 anos depois, os ex-alunos do Colégio Estadual Francisco Carneiro Martins relembraram momentos que definiram a transição da fase da adolescência para a adulta, com valores que os definem até hoje. “Íamos a pé para o Colégio e mesmo que um tivesse um poder aquisitivo um pouco maior que o outro, isso não influenciava em nada nosso convívio. De 1992 a 1994 vivemos situações hilariantes e dramáticas que nos marcaram e nos uniram para sempre. Criamos uma irmandade e, mesmo morando na mesma cidade, raramente nos víamos. Este é um momento de celebrar e fortificar estes laços”, conta Fabrício Ribas, responsável pela criação do grupo no WhatShapp que reuniu a galera.

Fabrício começou a namorar a esposa Viviane Padilha nesta época. Hoje se orgulham em ter formado uma família, que se completou com a chegada do Gabriel, de 19 anos, da Helena, de 8 anos e da Beatriz, com 6 anos. “Marquei muita Tele Sena na casa dela para conquistar a confiança de seus pais”, relembra Fabrício.

Andréa Alves fez questão de comparecer ao encontro, que aconteceu neste sábado (27), na Associação da Trajano, no bairro Xarquinho. A menos de uma semana de dar a luz ao seu terceiro filho, não escondia a alegria. “Estar aqui é indescritível. Cheguei a pensar que não reconheceria algumas pessoas e até comentei isso com meu esposo. Que nada. Bastou que os olhares se cruzassem para voltar no tempo. Um tempo feliz que marcou especialmente, de alguma maneira, a vida de cada um”, enfatiza a mãe do João, de 13 anos, do Pedro, de 5 anos e do Antonio Filho, que está a caminho.

Andréa se casou com Anderson e tempos mais tarde descobriu que o marido era amigo de infância de Eder, também da turma dos anos 90 do Carneiro. “Percebemos como este mundo é pequeno. Quando estudei com o Eder não poderia sonhar que nossos caminhos voltassem a se cruzar. Um belo dia descobri que meu ex-colega era um grande amigo de infância do meu marido, que haviam se criado juntos”, conta.

Em uma época em que as saídas para beber estavam longe, muito longe, do consumo de drogas e dependência, e que andar pelas ruas de Guarapuava era algo natural, sem a preocupação com a violência dos dias de hoje, estes amigos não esquecem de fatos que os fizeram “crescer”. “O que mais me marcou nesta época foi primeiramente o fato de ter conhecido minha esposa. Como fato triste nunca mais esqueci a morte prematura de nosso colega Ademir Stresser, com 18 anos na época, vitimado por um acidente de moto. Se estivesse vivo, certamente estaria aqui neste encontro rindo com a gente”, relembra Fabrício.

Andréa conversa com as amigas Márcia Costa e Daniele Masuqueto, que reside em Irati, e lembra da amiga Cissa Prates, que não compareceu ao encontro. “Somos amigas até hoje e por sorte, vizinhas. Uma amizade que transpassou o tempo e que certamente continuará nos unindo, independente dos rumos que nossas vidas tomem”, conta.

Márcia lembra que reviu Andréa anos depois que deixaram o Carneiro, mas precisamente em 2010, na Unicentro. Andréa cursava Jornalismo e Márcia, Publicidade e Propaganda. “Foi lindo reencontrá-la e perceber que a mesma essência, a mesma energia que nos uniu no Carneiro, permanece mesmo com o passar dos anos. Éramos festeiros, íamos aos botecos e nem mesmo na faculdade tive a cumplicidade que tínhamos. Todo mundo sem dinheiro mas todos felizes, parceiros e sem temor de sermos uns pelos outros”, conta Márcia, que completa: “Vibrávamos com as conquistas uns dos outros. Era outra vibe. Fico feliz em ver o que conquistamos, as famílias que construímos e nos profissionais das mais diversas áreas que nos transformamos. Que este encontro seja o primeiro de outros tantos mais freqüentes. A vida é muito acelerada e temos o dever de celebrá-la assim, com gratidão”, finaliza.

Cristina Esteche

Jornalista

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