Curitiba – Um boa dica cultural para quem vai a Curitiba neste final de semana é assistir o espetáculo de dança Faces.
O Guaíra2 Cia de Dança encerra temporada neste domingo, dia 26 do seu mais novo espetáculo, Faces. As apresentações tiveram início no dia 16 no Teatro José Maria Santos, de quinta a sábado às 20h, e domingo às 19h. Os ingressos custam R$ 10,00.
Faces estreou este ano com coreografia de Eunice Oliveira. Segundo ela, o balé é uma reflexão a respeito da construção das imagens que o ser humano faz de si mesmo e de seus semelhantes. As modificações dessas imagens, com o decorrer da vida, também fazem parte da essência do roteiro, criando assim um espetáculo bastante original, como, aliás, tem sido a tônica do G2, que trabalha sempre dentro da concepção do intérprete criador.
A respeito da coreografia é a própria Eunice que diz que no decorrer da vida criamos para nós próprios e vemos nos outros diversas faces e acreditamos no que vemos (ou pensamos que vemos). A vida em si tem também momentos que nos transformam, faces da vida que modificam nossas faces, como nas estações do ano modifica-se a natureza, diz Eunice. Ela explica que a vida de cada um e todos nós estão interligadas, porém a ligação é invisível aos olhos, assim como é a força que move essas vidas.
A coreografia se apoia em diversos autores e estilos musicais: Buena Vista Social Club, Ed Côrtes, James Newton Howard, Matisyahu, Thomas Newman, Yael Nainn, Yann Tiersen, Zbigniew e Preisner. Os cenários também são de Eunice Oliveira. A iluminação é de Cleverson Cavalheiro. Assistente de ensaio : Grazianni Cannalli. Figurinos : Ricardo Garanhani. Elenco : Ana Silva, Clionise Barros, Deisi Wor, Inês, Julio Mota, Leandro Nascimento, Rogério Halila, Estagiários : Evandro Motta, Hadiji Nagao, Marina Scandolar, Willian Lucas.
O Guaíra2 Cia. de Dança
O grupo de dança surgiu em dezembro de 1999. É formado por bailarinos que atuaram no Balé Teatro Guaíra e que utilizam toda a técnica e maturidade artística para criar os espetáculos baseados em pesquisa de movimento. Os trabalhos têm criação coletiva e apresentam novas estéticas na linguagem da dança. Os bailarinos fazem uso das inúmeras possibilidades que a dança contemporânea oferece. Dedicam-se à montagens de espetáculos que contemplam as atividades do “intérprete criador”.
A estreia do grupo no palco contou com a participação dos coreógrafos convidados Adriana Grechi (Instável Sonata) e Tuca Pinheiro (Pare! Pense! Faça Alguma Coisa!…). Na montagem seguinte foram acrescidos ao repertório Hysteria, de Júlio Mota, interpretada pela bailarina Carla D`Almeida, que recebeu o prêmio de Melhor Intérprete no Festival de Dança de Sttutgart, Alemanha, por sua atuação neste solo, e ainda a coreografia rezooltado@g2.com.sensu.uau, criação coletiva dos bailarinos.
Em 2000, a originalidade e a qualidade da proposta do trabalho valeu ao Guaíra 2 o Prêmio Estímulo da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) por suas apresentações no Centro Cultural São Paulo.
No ano de 2001, o grupo estreou …de Passagem, concepção e direção de Marila Andreazza, e 1 Corpo 4 Estudos, criação da diretora Carla Reinecke em parceria com Rosemeri Rocha e os bailarinos.
Em 2002, o G2 apresentou O Tombo, coreografia de Júlio Mota que une dança, canto e técnica de escalada, num espetáculo que investiga o desequilíbrio das situações e dos movimentos. Apresentada em cidades do interior do Paraná e em Puerto Iguazu, Argentina, na abertura do Festival das Três Fronteiras, a coreografia se transformou em um dos maiores sucessos do Guaíra 2 Cia. de Dança.
Em 2003, o grupo apresentou O Vôo do Poeta, de Pedro Pires, baseado na mitologia grega e em textos do poeta grego Odisséa Elýtis, Prêmio Nobel de Literatura de 1979.
Em 2004, duas novas coreografias passaram a integrar o repertório da companhia: em parceria com o Yesbody Teatro Físico, o G2 abre a temporada daquele ano com Ritmove, de Júlio Mota. No segundo semestre é criada Solilóquio (preciso escrever uma carta), de Tuca Pinheiro.
Em 2005 a Companhia apresentou-se com o espetáculo Solilóquio (preciso escrever uma carta) nas cidades de União da Vitória, São Paulo (Votorantim), Pato Branco e Paranavaí. E com O Tombo, marcou presença nas cidades de Natal e Ourinhos.
Para 2006 um novo espetáculo foi criado, Um Dia fora do Tempo, sob a direção de Maurício Vogue. Participaram da montagem os integrantes do grupo e os artistas convidados: Kátia Drumond, Adriana Seiffert, Cleydson Nascimento e Katiane Negrão.
A concepção do espetáculo foi baseado no conceito do Surrealismo, da Teoria Quântica e do Caos para compor um cenário que retrata o cotidiano, o imaginário inconsciente e o absurdo.
O nome Um Dia Fora do Tempo surgiu na descoberta de uma curiosidade sobre o Calendário Maia. Para estes, o ano termina no dia 24 de julho e começa somente no dia 26. Conhecido pelos Maias como “o dia fora do tempo”, o dia 25 não existe, pois, segundo os costumes, esta lacuna é necessária para que se possa refletir sobre a vida, sobre os atos no passado, presente e futuro.
Em 2007 foram apresentadas as coreografias Leggo de Júlio Mota e Espécie em Extinção coreografia da Jane Comfort resultado de um projeto de intercâmbio cultural chamado Performance Americas e viabilizado pela National Performance Network e o Centro Cultural Teatro Guaíra.
Em 2008 surge o projeto Vitrine, criado pela professora Rosemeri Rocha, e através do processo de criação coletiva e investigação coreográfica foi criado o novo espetáculo “Tudo Porque Chorei”.
E este ano, no mê de maio estreou Faces, que está sendo reapresentado até domingo.
Serviço: Espetáculo: Faces. Diariamente até dia 26, domingo. Quinta a sábado, 20 horas. Domingo às 19 horas. Ingressos: R$ 10,00. Local: Teatro José Maria Santos. Rua Treze de Maio, 655