22/08/2023
Paraná

Arreganhos fascistas

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O PT vem emitindo sinais de que pretende resistir a uma provável condenação de Lula. O ex-presidente é réu por corrupção em cinco processos e está envolvido em três operações da Polícia Federal (Lava Jato, Janus e Zelotes).

Lula está sujeito, se considerado culpado pelos crimes de que é acusado, a ser condenado a mais de 30 anos de prisão. Mas é visto como “intocável” pelos petistas que enxergam em seu líder uma espécie de divindade acima dos mortais e de suas leis.

“Não existe nenhuma possibilidade de sentença justa que não seja a absolvição do ex-presidente”, delirou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ‘presidenta’ do partido, ela própria ré por corrupção no STF, em nota oficial. Como se coubesse ao PT e aos “companheiros” determinar o que a Justiça pode, ou não, fazer.

De acordo com o documento oficial, a militância petista dará “resposta adequada” para qualquer sentença “que não seja a absolvição completa e irrestrita de Lula”.

Ainda mais explícita, no seu fascismo truculento, e no aberto desafio a ordem pública e as instituições, é a nota assinada pelo presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, inelegível por oito anos por abuso de poder político.

Um trecho: “Se fizerem isso [condenar Lula], se preparem! Não haverá mais respeito a nenhuma instituição e esse será o caminho para o confronto popular aberto nas ruas do Rio e do Brasil!”.

Sejam esses arreganhos fascistas uma determinação de resistir a Justiça pela força, ou uma tentativa de intimidar o Judiciário com a ameaça da violência, eles não podem ser toleradas em hipótese alguma. Não podemos admitir truculências bolivarianas ou as ameaças a ordem pública por parte de partidos conhecidos pelo seu descaso pela lei e opção preferencial pela violência.

“Se [condenarem Lula] (…) será o caminho para o confronto popular aberto nas ruas”, diz o indizível Quaquá. Se não houver uma reação vamos atiçar ainda mais a sanha dos fascistas e estimular a ousadia dos violentos.

Esse tipo de arreganho autoritário, vindo de um partido que, depois de 13 anos no poder, é acusado de produzir os maiores escândalos de corrupção da história do planeta, não só é inaceitável como deve ter resposta à altura.

O deputado federal Marcelo Delaroli, do PP do Rio de Janeiro, pediu a Procuradoria-Geral de Justiça que analise as declarações de Washington Quaquá que convocou a militância a reagir violentamente a Justiça para providências legais.

A nota de Gleisi Hoffmann deveria passar por idêntica verificação. Contra a violência e as ameaças dos fascistas, o melhor remédio é usar toda a força da lei.

 

* Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB do Paraná.

Cristina Esteche

Jornalista

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