A história se repete. Um homem, uma mulher, posse, violência, morte. Assim como tantos outros, Adriano Moreira sentou no banco dos réus nesta terça (10), no Tribunal do Júri, em Guarapuava. De acordo com a 1ª Vara Criminal, ele respondeu pelo assassinato a facadas da esposa Carol Baroni, em 18 de novembro de 2019. Ela tinha 25 anos e ele, 32. A cena de violência teve como expectador o filho do casal, de oito anos. nove
Conforme o Conselho de Sentença, Adriano foi condenado pelo crime de homicídio triplamente qualificado, pelo motivo fútil, dissimulação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio, ao cumprimento de 19 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, em regime fechado.
O promotor Claudio Cortesia, o único a patrocinar a acusação, sustentou a condenação por todas as qualificadoras. Ou seja: motivo fútil, recurso que impossibilitou a defesa e feminicídio. Já o advogado de defesa, Mikla’El Jhônatas Bento Alves, alegou homicídio privilegiado. Isso ocorre quando a vítima age com provocação. Entretanto, a juíza Susan Nataly Dayse Perez da Silva, decretou a sentença.
Durante o depoimento que começou às 17h11 e só terminou 1h30 depois, o réu confessou o crime. Ele disse “ter perdido a cabeça” e desferido as facadas, mas não lembrou quantas. Conforme o laudo pericial, foram nove golpes. Mas as que provocaram a morte atingiram os rins e um dos pulmões da vítima.
Para a irmã de Carol, a vida dela não será devolvida, mas a Justiça está feita. “Graças a Deus. Minha família está aliviada. Minha irmã era uma mulher de bem com a vida. Uma guerreira que lutava para conseguir as coisas. Era uma pessoa boa que tirava a roupa, se preciso fosse, para ajudar os outros. Mas infelizmente, encontrou um homem ruim”.
De acordo com a irmã, Adriano é possessivo. “Ele tinha um ciúme doentio da minha irmã, se achava o dono dela. Batia muito nela”.
O DIA DO CRIME
No dia do crime, Carol conversou com a irmã durante boa parte da tarde. “Ele [Adriano] saiu e ficou bebendo num bar. Nós duas falávamos ao telefone, combinando quando eu iria buscá-la porque ela estava voltando para Guarapuava. Ela me avisou que iria desligar porque ele tinha chegado. Isso era por volta das 16h30. Às 17h15 soube que ele tinha matado ela”.
Adriano chegou a sair de moto e se escondeu na casa da mãe. Ele chegou a ser visto pela polícia com a faca nas mãos. “O crime aconteceu numa segunda, e na quinta ele se entregou à polícia”.
Agora, com a condenação, ele retornou à Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), onde já estava preso.
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