Beneficiários do Bolsa Família deverão informar o número do celular ao preencher ou atualizar seus dados no Cadastro Único (CadÚnico), lista da população pobre atendida por programas sociais do governo. O objetivo é melhorar a comunicação direta com quem recebe Bolsa Família, por mensagens de texto (torpedos).
A decisão de exigir o número do celular no CadÚnico foi informada ao GLOBO nesta terça-feira pela ministra Tereza Campello. Segundo ela, uma instrução nesse sentido será repassada a todas as prefeituras do país. Atualmente, o cadastro contém um campo destinado ao número de telefone do beneficiário, mas o preenchimento não é obrigatório.
Tereza explicou que as prefeituras são orientadas, hoje, a atualizar dados como endereço, número de filhos e renda a cada dois anos. O número de telefone, porém, não faz parte dessa lista de atualização. A expectativa da ministra é que demore dois anos até que o CadÚnico passe a ter os números dos celulares de todos beneficiários que possuem aparelho.
Para Tereza, a comunicação por torpedos não será útil apenas em casos de emergências, mas também para alertar as famílias em caso de baixa frequência escolar dos filhos ou da proximidade do prazo de atualização cadastral.
Em junho, o ministério e a Caixa criaram um sistema de monitoramento do volume de saques para prevenir novos tumultos. O serviço 0800 de informações telefônicas do ministério também passou a funcionar nos sábados e domingos, no período de pagamento.
O Bolsa Família paga mensalmente 13,8 milhões de benefícios, auxiliando 50 milhões de pessoas. Em maio, a Caixa permitiu que qualquer beneficiário, independentemente do número do cartão, pudesse sacar o dinheiro já no primeiro de dez dias de repasses, uma sexta-feira, dia 17. No dia seguinte, um sábado, boatos provocaram aglomerações em agências de 13 estados.