22/08/2023
Guarapuava Segurança

Cadeia de Guarapuava tem recorde de ocupação com 501 detentos

A unidade foi projetada em 1983 para 166 detentos provisórios. Entre 8 e 15 de janeiro deste ano, três detentos da unidade morreram

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Cadeia foi fundada em 1983 (Foto: Portal RSN/Larissa Ortiz)

Nesta terça (23), o Cadeião de Guarapuava alcançou o maior número de presos dos últimos dois anos. Conforme as informações do Departamento Penitenciário do Paraná, hoje 501 detentos ocupam o espaço projetado inicialmente, para 166. O que representa um excesso de 200%. Desse total, 50 ocupam a cela chamada ‘seguro’.

Não há informações concretas sobre quantos destes presos já têm condenação definida. A Cadeia Pública é projetada para abrigar presos temporários. Entretanto, não há vagas no sistema penitenciário para o cumprimento destas penas. A cadeia de Guarapuava, em número de presos é a maior do Estado. Os detentos seguem em ‘greve’ desde a última quinta (18) e se negam a sair para o banho de sol. Eles reivindicam a volta das visitas e a entrega de sacolas, suspensas em decorrência da pandemia.

Na semana passada, em sete dias três detentos da unidade prisional morreram. Dois por enforcamento, um na segunda (8) e outro no sábado (13). Já na segunda (15), outro detento morreu. Porém, ele solicitou atendimento médico, o que foi prontamente atendido pelo Depen. Ele saiu da unidade prisional com vida e morreu na Upa do Batel. A causa da morte ainda não foi divulgada. No ano passado sete detentos morreram, todos dentro da unidade prisional.

Presos fazem provas hoje (23) (Foto: Depen/PR)

ENEM

Ainda de acordo com as informações do Departamento Penitenciário, nesta terça (23), 30 detentos do Cadeião de Guarapuava estão prestando testes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Conforme a chefia da cadeia, a prova ocorre na sala de aula nas dependências da cadeia, sob supervisão de professores do Ceebja.

NOVA UNIDADE

O início das obras da nova unidade prisional em Guarapuava, foi novamente adiada no ano passado. Assim, a data informada, no início de agosto de 2020, pelo chefe de cadeias públicas da Regional de Guarapuava, Rodrigo Alves Fávaro, era 2022.

Nesta terça (23), ele voltou a confirmar o atraso da construção e afirmou não ter novidade sobre a data. Um impasse jurídico acerca do terreno, atrasou a construção da nova unidade.

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Cristina Esteche

Jornalista

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