22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Câmara instaura CPI para investigar funerárias

CPI da Morte vai tratar da falta de inúmeras reclamações de familiares, incluindo preços abusivos, direcionamentos, entre outras

Vereadores assinam a instauração da CPI (Foto: DirCom/Câmara

Um requerimento de autoria da vereadora Professora Bia Neves (PV), nesta terça (28) ‘tirou da gaveta’ várias denúncias no sistema funerário de Guarapuava. Os debates tiveram como resultado a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Aprovada por unanimidade, a Comissão vai contar com o trabalho dos 21 vereadores e vai auditar as três funerárias que prestam serviços nesse setor. Duas, entretanto, pertencem à mesma família e dividem-se entre pai e filho, conforme observou o um dos vereadores.

De acordo com o presidente da Câmara, Pedro Moraes (MDB), os trabalhos começam já nesta terça, com a nomeação do presidente, relator e membro. “Vamos nomear ainda hoje”. Durante os debates a maioria dos vereadores teve um caso para contar. A maioria se refere à qualidade precária da urnas doadas pela Assistência Social. “São verdadeiras caixas de papelão. Algumas com parte do fundo solto”. Mas não se trata apenas disso.

Quando uma família em vulnerabilidade social recebe a urna, é induzida a comprar adornos como véu, flores e acabam tendo que pagar o que não podem.

O vereador Professor Pablo Almeida (PP) contou que teve uma família que perdeu o filho. Ganhou a urna, e veio o véu, as flores e ficou devendo R$ 3 mil por conta dessa abordagem. De acordo com Pedro Moraes (MDB), a CPI vai investigar também a situações das capelas mortuárias. Ele disse que em dias de calor o ambiente fica insuportável.

Fui no velório na Capela Santa Cruz e como vereador fiquei envergonhado. Fica abafado e não tem um funcionário para auxiliar os familiares da pessoa que morreu. 

Outros assuntos passam pela falta de tabela de valores dos funerais, conforme Pedro Moraes. “Estão cobrando o tanatopraxia conforme o carro da cliente que está parado em frente a funerária. Estão cobrando valores abusivos”. Ele propôs que numa nova licitação seja atrelada à manutenção das capelas mortuárias.

Há denúncias também pelo direcionamento da prestação de serviços de pedreiro nos cemitérios, na Central de Triagem. Essas são apenas algumas das várias reclamações recebidas pelos vereadores e que vão ser investigadas pela CPI. O prazo para conclusão é de 90 dias.

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Cristina Esteche

Jornalista

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