22/08/2023
Geral

Caminhoneiros encerram bloqueio de estradas

Após reação do governo federal, que mandou prender quem interditasse rodovias, e a morte de cinco pessoas durante manifestações, o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) decidiu ontem acabar com os bloqueios que atingiram estradas de nove estados desde a última segunda-feira. Segundo o presidente do MUBC, Nélio Botelho, em entrevista ao portal O Globo, as estradas serão desbloqueadas, mas os motoristas continuarão mobilizados e podem fazer paralisações. “Se o governo não quer negociar e está mandando a polícia agir, temos de dançar conforme a música”, disse.

Os motoristas reivindicam a redução no preço dos pedágios e do óleo diesel, mais segurança para os caminhoneiros que circulam à noite e mudanças na lei que regulamenta a profissão. O movimento não tem apoio nem dos sindicatos que representam os trabalhadores de transportes nem daqueles que reúnem os empresários. Ontem à tarde, apenas a Bahia registrava protesto em rodovia. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) negociava com os caminhoneiros para que eles liberassem o tráfego na BR-116. Até as 21 horas, havia dois trechos bloqueados – no quilômetro (km) 804 e entre o km 778 e o km 759.

Tragédia

Nessa estrada, quatro pessoas morreram ontem e seis ficaram feridas, duas delas em estado grave, em um acidente entre uma van e uma carreta que estava parada no acostamento, durante protesto dos caminhoneiros, na altura do município de Cândido Sales, no sul da Bahia.

A colisão ocorreu por volta das 5h30, segundo a PRF. A van seguia com dez passageiros em direção a São Paulo. Por causa do bloqueio no km 900 da rodovia, o motorista teria tentado seguir pelo acostamento para não atrasar a viagem e não conseguiu frear antes da colisão com a carreta que estava parada na fila. De acordo com a PRF, havia neblina na região.

No Rio Grande do Sul, o caminhoneiro Renato Kranlow, de 44 anos, morreu depois de passar por uma manifestação da categoria na BR-116, na cidade de Cristal, na noite de quarta-feira. Segundo a PRF, ele teria sido agredido por manifestantes parados em um posto de combustível quando decidiu seguir viagem. Ferido por um soco no rosto, o motorista voltou a trafegar. Depois de rodar cerca de cinco quilômetros, o motorista perdeu o controle do veículo e saiu da pista.

Os policiais encontraram o vidro dianteiro do caminhão quebrado e o condutor desacordado, com ferimentos no peito e no rosto, e deduziram que ele foi atingido por uma pedra atirada por alguém parado ao lado da pista ou de dentro de algum outro veículo.

Cristina Esteche

Jornalista

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