Da Redação
Guarapuava – O universo conspirou e o amor à natureza colocou frente a frente o fotógrafo Valde Foss Wünsch e a psicóloga Emanoelle Maria Ida de Oliveira (foto abaixo). Desse encontro, a arte e a psicologia saíram ganhando com a materialização de arquétipos femininos. O nome do primeiro trabalho em desenvolvimento traduz a essência do projeto. De acordo com Emanoelle, a proposta desse primeiro ensaio era resgatar a ligação feminina com a Mãe Terra, o espírito nativo de dançar em volta da fogueira, de pisar descalço no chão, de molhar os pés na água. “Foi um momento de empoderamento feminino, de resgate da clã, da tribo, de entrar em contato com a nossa essência. E tudo isso o Valde foi captando nas fotos”.
Segundo o fotógrafo, o ensaio envolveu sete mulheres e gerou mais de mil fotos, das quais 150 foram trabalhadas e 20 selecionadas. “Como o ensaio foi concebido de forma coletiva, as mulheres fotografadas se deixaram levar pela intuição e a imagem aflorou”, observa Valde.
Como não poderia ser diferente, a natureza cedeu o cenário ideal para as fotos. “Fomos no Jordão, em meio a mata onde achamos o lugar perfeito para a nossa proposta”.
O auxílio financeiro de cada participante possibilitou a compra de equipamentos que o fotógrafo precisava. Aliás, Valde é mesmo um profissional alternativo. Fotografando há sete anos, quando comprou sua primeira câmera e começou a registrar o que a natureza lhe oferecia, o aprimoramento profissional veio com a facilidade da Internet. “Comecei a pesquisar e colocar em prática”. A prova de que estava no caminho certo veio com um elogio do internacional Valdir Cruz, sem deixar de lado as lições do também renomado Sebastião Salgado.
Agora, depois do Ensaio Tribal, o casal já faz o planejamento para um novo projeto: as deusas. “Essa busca por se conectar ao coração da terra, nos dá a esperança de que fazemos parte de algo maior, buscando voltar às nossas raízes, que se traduzem no jeito simples de viver, com os pés no chão em danças circulares, conversas em volta da fogueira. Queremos esse viés indígena, aliado à terra e à natureza mãe”.