Caso Tatiane: Fundamental, laudo de necropsia segue sem previsão de entrega

Há mais de 40 dias da morte da advogada Tatiane Spitzner, o processo que investiga o caso ainda não possui todos os laudos concluídos. Para completar os exames solicitados pela Polícia Civil durante o processo de inquérito, o caso aguarda, ainda, o resultado do exame de necropsia, que segue sem previsão de entrega.

(Foto: Reprodução Facebook)

Desde a morte da advogada Tatiane, na madrugada de 22 de julho, o processo de investigação solicitou a realização de exames periciais tendo em vista que desdobramentos do caso apontaram Luís Felipe Manvailer como suspeito pela morte de sua então esposa Tatiane, que sofreu uma queda da sacada de seu apartamento. O réu está preso há 44 dias, na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG). Ele é acusado pelo feminicídio, por cárcere privado e, ainda, por fraude processual. Durante oferecimento de denúncia pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), as imagens do circuito interno do prédio residencial onde o casal vivia, mostram Luís Felipe agredindo Tatiane por cerca de 20 minutos, progressivamente. Na sequência, as câmeras registram o corpo da advogada caindo da sacada do quarto andar do prédio.

Para auxiliar na elucidação do caso, a Justiça tem em mãos, até o momento, o laudo pericial do local de morte, que mostra que a advogada teve fratura no pescoço, característica de quem sofreu esganadura. Além dele, na última sexta feira (31), foi anexado ao processo o resultado do laudo pericial referente a reprodução simulada da queda de nível, realizado em 27 de julho, no apartamento do casal. A intenção da simulação foi delinear a forma na qual Tatiane Spitzner teria sofrido a queda da sacada.

De acordo com o resultado apontado pelos peritos, duas sugestões foram apontadas, delimitando ocorrências distintas. Uma delas refere-se a queda acidental. A segunda, considera abandono de corpo inerte.

Mas, mesmo perante a divulgação do laudo, os profissionais responsáveis pelo exame apontam a importância e necessidade da conclusão do laudo de necropsia para o posicionamento final, entre as duas possibilidades apontadas. “Caso subsistam elementos médico-legais para atestar, com o devido rigor técnico-científico, o estado ou condição da vítima antes da queda”, diz o documento.

Manvailer segue na Penitenciária Industrial de Guarapuava (Imagem: Reprodução)

Embora o Ministério Público e o advogado auxiliar de acusação da família de Tatiane, Gustavo Britta Scandelari, já tenham se posicionado sobre a possibilidade de prosseguimento do processo mesmo sem o laudo, os advogados de Manvailer, Adriano Bretas, Caio Fortes de Matheus e Cláudio Dalledone Júnior, ainda utilizam tal falta como argumento de defesa. A situação foi utilizada, inclusive, como embasamento para o pedido de suspensão do processo, realizado pela defesa do réu, em 17 de agosto, cujo pedido foi negado pela juíza Paola Mancini que conduz o caso.

O QUE DIRÁ O LAUDO

O laudo de necropsia, ainda faltante, revelará os exames de dosagem alcoólica, além do exame anatomopatológico, que analisa as partes ósseas da advogada. Este último exame vai indicar se as fraturas que Tatiane teve foram adquiridas em vida ou pós-morte. Neste mesmo exame também é analisado o coração e o pulmão da advogada, que confirmará se ela foi asfixiada antes de morrer.

Em 21 de agosto, os promotores de justiça Dúnia Serpa Rampazzo e Pedro Henrique Brazão Papaiz, encaminharam ofícios ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística solicitando informações sobre os motivos técnicos que justificassem a elasticidade de prazo para elaboração dos laudos. Após o pedido, houve a divulgação do laudo pericial de simulação de queda de nível.

Até o momento, no entanto, o posicionamento dos Institutos ainda não foi anexado ao processo, não havendo assim, manifestação oficial com emissão de data ou de fatores que justifiquem a demora na conclusão dos exames.