Apesar dos avanços mensais verificados, o primeiro trimestre de 2011 registrou o menor número de cheques devolvidos para o período nos últimos seis anos. De janeiro a março, houve 1,89% de devoluções de cheques. Em 2005, em igual período, este percentual havia sido de 1,74%.
Segundo os economistas da Serasa Experian, a inadimplência com cheques cresceu em março em razão da sazonalidade e dos eventos econômicos. O terceiro mês do ano é caracterizado por fortes pressões sobre o orçamento familiar, provocadas por despesas como pagamento de parcelas do IPVA, do material escolar e os gastos com férias e carnaval. Além disso, em 2011 estão pesando os fatores conjunturais, como o aumento da inflação, que reduz o poder aquisitivo do consumidor, e o aperto monetário, fundamentado nos juros altos para controle dos preços, o que também encarece o crédito.
Cabe lembrar que com as restrições ao crédito, dentro do composto das medidas macroprudenciais de combate à inflação, além da elevação dos juros também foi ampliada a alíquota do IOF. Com isso, alguns estabelecimentos do varejo voltaram a utilizar o cheque pré-datado para o financiamento ao consumidor.
Nesse sentido, é importante destacar que o cheque pré-datado é venda a prazo e deve ser recebido com todos os procedimentos recomendados a um financiamento. Recebê-lo como venda à vista é uma das razões para o crescimento da incidência de cheques sem fundos.