22/08/2023
Blog da Cris Paraná

Com oposição se articulando, Curi busca consolidar nome no PSD

Em entrevista nesta quinta (18) à Jovem Pan News Paraná, Curi não apenas reiterou a pré-candidatura, como deixou claro que a decisão está tomada

Alexandre Curi (Foto: Orlando Kissner/Alep) Alep

Um dia após o PT confirmar o nome de Requião Filho como pré-candidato ao Governo do Paraná e de Enio Verri ao Senado Federal, o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi (PSD), reforçou de forma inequívoca a intenção de disputar o Palácio Iguaçu em 2026. Em entrevista concedida nesta quinta (18) à Jovem Pan News Paraná, Curi não apenas reiterou a pré-candidatura, como deixou claro que a decisão está tomada:

Sou pré-candidato, já comuniquei o governador, meus colegas de partido e o presidente do partido. Estou trabalhando para isso.

Com a oposição começando a definir nomes e alinhamentos, o movimento de Curi ganha contornos mais nítidos. A pré-campanha entra agora em nova fase: a da afirmação pública e da construção de legitimidade dentro do grupo político liderado por Ratinho Júnior, que pode migrar para o cenário nacional como possível presidenciável.

O tom da fala de Alexandre Curi indica que não se trata de sondagem ou especulação. Ele já projeta possíveis nomes para vice e menciona um calendário claro de que pretende oficializar a chapa até março de 2026.

Na minha cabeça já tem dois, três nomes.

Ao mesmo tempo, o deputado evita tensionar diretamente a base governista e prega por “superar vaidades pessoais” e manter a coesão no PSD, que abriga outros  interessados na disputa.

Uma candidatura ao Governo do Estado não pode ser vaidade pessoal.

A dualidade entre a construção individual e a retórica da unidade revela um jogo político delicado: Curi quer ser o nome da continuidade sem parecer o nome da imposição.

RATINHO JUNIOR COMO ATIVO NACIONAL

Curi também fez questão de reforçar o papel de Ratinho Júnior como possível nome à Presidência da República em 2026. Segundo ele, o governador tem um “ativo político raro”, capaz de dialogar com centro, direita e até parte da esquerda. A leitura estratégica é evidente. Se Ratinho mirar Brasília, Curi pretende herdar o capital político e a base de sustentação estadual, mantendo o grupo no controle do Executivo paranaense.

Nesse sentido, o deputado constrói o discurso de sucessão de forma cuidadosa, posicionando-se como herdeiro legítimo e confiável, sem rachar com o líder que ainda domina o cenário político estadual.

FIM DE CICLO NA ALEP

Ao declarar que o ciclo dele Assembleia Legislativa se encerra em janeiro de 2027, Curi antecipa a própria transição de liderança. O balanço da gestão legislativa foi marcado por embates ideológicos, especialmente em pautas sensíveis, como ele mesmo reconheceu. “Infelizmente, essa pauta ideológica radical está dentro de vários parlamentos do Brasil”.

Curi cita como avanço a aprovação do novo Código de Ética, usado como argumento para demonstrar compromisso institucional. É uma tentativa de projetar o perfil de gestor equilibrado e moderado, necessário para atrair o eleitorado mais pragmático do interior e da capital.

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Cristina Esteche

Jornalista

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