22/08/2023
Brasil Segurança

Começa velório das vítimas do massacre em colégio de Suzano

Moradores de Suzano formam fila para homenagear os mortos no massacre na Escola Estadual Raul Brasil

veloriomassacre

(Foto: Reprodução/Globonews)

Começou por volta das 7h dessa quinta feira (14), no Ginásio Arena Suzano, o velório das vítimas do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na grande São Paulo. Dois atiradores, ex-alunos da escola, chegaram ao local por volta das 9h30 dessa quarta (14), atirando em alunos e funcionários.

Oito pessoas morreram, entre elas cinco estudantes, duas funcionárias do colégio e o tio de um dos assassinos. De acordo com a Agência Brasil, moradores de Suzano formam uma fila para homenagear os mortos no massacre. O espaço foi divido por grades, deixando um local reservado para as famílias. Muitos já ocupam as galerias do ginásio.

Estão sendo velados no local os alunos Caio Oliveira, de 15 anos, Claiton Antonio Ribeiro, de 17 anos, Kaio Lucas Costa Limeira, de 15 anos, e Samuel Melquiades, de 16 anos, além da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo, de 59 anos, e da funcionária Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38 anos. O estudante Douglas Murilo Celestino, por motivos religiosos, está sendo velado em uma igreja da Assembleia de Deus.

Os atiradores Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, estão sendo velados em outro local. Segundo as investigações, um jovem disparou contra o outro e depois se matou. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, dono da locadora e tio de Guilherme, também está sendo velado em outro local.

Tânia Regina Augustinho foi professora de Samuel Melquíades em outra escola da cidade. “Foi meu aluno. Uma criança muito gentil, muito inteligente, sempre dedicada com os amigos e amoroso. Ele tinha muitos amigos. Fiquei sem chão quando vi o nome dele na lista. Nós estamos muito vulneráveis. A gente trabalha, lida com vidas, é o nosso recurso humano”, disse, emocionada.

A professora avalia que este atentado, apesar de traumático, fará com as pessoas reflitam sobre a mediação de conflitos nas escolas e um olhar diferenciado para os adolescentes.

“O papel da escola é mediar e não criar conflitos. Precisamos aprender a gerenciar emoções, a tratar a questão do bullying. Não inocentando o atirador, mas o Guilherme frequentava a mesma igreja que eu. É um aprendizado constante para que essa criança consiga se expressar”.

A ajudante geral Cristina Rafael de Souza, 32 anos, veio com a filha, de 14 anos, que fez questão de prestar homenagens especialmente para os amigos Samuel e Caio. A jovem estuda no centro de línguas que funciona dentro da Escola Raul Brasil e estava no local no momento do tiroteio.

“Ela está muito abalada, não dormiu direito e nem comeu. Está sendo bem difícil”, relatou. Cristina contou que a filha ficou trancada dentro de uma sala de aula até que a polícia chegasse, mas, ao sair do local, viu os corpos de colegas que estavam no pátio da escola.

Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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