Todos os vereadores de Cascavel, no oeste do Paraná, votaram a favor da criação de uma comissão para investigar Paulo Bebber (PR), vereador suspeito de cobrar propina para aprovar um projeto apresentado na Casa no início do mês. A comissão, formada nesta segunda feira (24), será composta por um vereador de oposição, Rui Capelão (PPS), outro de situação, Jaime Vasatta (PTN), e um do grupo considerado neutro, João Paulo de Lima (PSD).
Paulo Bebber é acusado de negociar propina com corretores de imóveis de Cascavel. A gravação de uma conversa entre o vereador e um corretor da cidade reforça a suspeita. Segundo a polícia, o diálogo revela a tentativa de Bebber convencer corretores a pagarem R$ 500 mil para a aprovação do projeto que amentaria o perímetro urbano na zona norte do município. A mudança permitiria a construção de um novo condomínio de casas populares, alvo de interesse dos corretores.
A comissão terá 90 dias para apresentar um relatório sobre o caso. “Essa é uma investigação independente da que está sendo feita pelo Ministério Público”, frisa o presidente da Câmara de Cascavel, Márcio Pacheco (PPL).
Antes do início da sessão desta segunda-feira, estudantes fizeram um protesto em frente ao plenário. Eles cantaram o hino nacional e entregaram uma nota de repúdio, na qual pedem a cassação de Paulo Bebber, que pediu afastamento do cargo na quinta feira (20), alegando motivos particulares.
Procurado pela equipe do G1, o vereador não atendeu as ligações. O advogado dele, Helio Ideriha Jr, informou que Paulo Bebber respeita a criação da comissão, mas não vai se pronunciar.
Após a comissão ser criada e aprovada, os vereadores colocaram em votação o projeto que gerou a denúncia e toda a polêmica: o aumento do perímetro urbano para a construção do Condomínio Riviera, com 2.089 casas do programa "Minha Casa, Minha Vida". Porém, quatro vereadores preferiram abandonar a sessão. Além do presidente da Casa, Márcio Pacheco (PPL), também deixaram o plenário Paulo Porto (PCdoB) Rui Capelão (PPS) e Jorge Menegatti (PSC).
Apesar das ausências, os vereadores que permaneceram na Câmara aprovaram a proposta, que ainda ainda precisa entrar em segunda votação, prevista para esta terça feira (25).
Fonte: G1