*Reportagem com vídeo
Após uma semana, a consulta pública lançada no dia 11 de setembro com pais de alunos e servidores municipais de Guarapuava, decidiu pela manutenção da suspensão das aulas presenciais das escolas e Cmeis de Guarapuava em 2020. A possibilidade de retorno das aulas colocava como possível data de volta o dia 28 de setembro. Assim, conforme o prefeito Cesar Silvestri Filho, a participação foi expressiva.
“Foram 7.315 votos de pais e mães de alunos. Para cada grupo familiar só poderia ter um voto. Pai e mãe só poderiam votar uma vez representando aquela família, independente se tinha dois ou três alunos matriculados. Já em relação aos servidores, foram 1.703 respostas, e cada servidor teve direito a um voto. Mais de 80% de participação dos servidores”.
MAIORIA
Em relação aos Cmeis, Cesar Filho afirmou que foram 964 votos. Desse total, 89,3% decidiram por não apoiar o retorno às aulas e portanto não mandariam os filhos à escola a partir do dia 28 de setembro. Contudo, 10,7% manifestaram apoio ao retorno agora. Já em relação às escolas do ensino fundamental, das séries iniciais de 1ª a 5ª, houve a participação de 6.351 famílias. Desse total de participação, 92,7% decidiram não apoiar o retorno às aulas. E 7,3% votaram pelo retorno.
“Houve portanto uma grande maioria dos pais na consulta feita manifestando a vontade de não retornar as aulas no dia 28 de setembro”. Já em relação aos servidores municipais, do universo de 1.703 participações, 91,2% não apoiariam o retorno. Apenas 8,8% manifestaram apoio ao retorno das aulas presenciais.
CONSULTA
Conforme Cesar Filho, a decisão de fazer a consulta se baseou em dados técnicos sobre a covid-19. Isso porque conforme os dados apresentados, Guarapuava é a nona entre as 30 maiores cidades do Paraná. Porém, possui o menor índice de contaminação por 100 mil habitantes. Nesse sentido, se o Brasil tem a média 19,6 casos para cada 100 mil o Paraná está com 12. Todavia, Guarapuava possui apenas 3,12 para cada 100 mil pessoas.
Porém, conforme Cesar Filho, com a decisão popular não se pode mobilizar mais de 70 escolas que compõem o sistema municipal de ensino, criar um esforço para voltar às aulas, se os números representam na média, 10% das crianças retornando aos estudos presenciais. “Pelas normas esse retorno teria que ser facultativo, ou seja, só voltariam as crianças que os pais quisessem. Não poderiam receber falta por não irem”.
ANTECIPAÇÃO DO CALENDÁRIO 2021
Assim, de acordo com a administração municipal, não faz sentido retornar o conteúdo nesses meses, para minimizar o prejuízo pedagógico que as crianças tiveram em 2020, se essa recuperação abrangeria apenas 10% dos alunos. “Por isso, estamos decidindo que não retornaremos as aulas municipais em 2020. Fica encerrada essa discussão. As crianças ainda continuarão recebendo os conteúdos enviados pelas escolas, no formato de ensino remoto, da mesma forma que já estão recebendo, até o fim da programação do ano letivo”.
Por fim, o prefeito disse que pretende antecipar o calendário escolar em 2021, o quanto antes. “Isso para que a gente possa fazer a retomada de conteúdo que foi prejudicado em 2020, fazendo uma espécie de recuperação, no início do ano que vem, em relação ao conteúdo de 2020”.
Conforme o prefeito, essa é uma medida que não vai agradar a todos, já existem divisões e polêmica. “O que me leva a tomar essa decisão é respeitar tanto pais quantos professores. A questão da previsibilidade é importante. Essa indefinição é o que gera mais angústia, e com mais indecisões as famílias têm dificuldade até de se programar”.
ESCOLAS PARTICULARES
Sobre o funcionamento das escolas particulares, Cesar Filho disse que está revendo os decretos para permitir no que diz respeito às regras do município, que não haja nenhuma proibição para o retorno das aulas no sistema particular de ensino.
“Entretanto é preciso destacar que a prefeitura de Guarapuava, a secretária Municipal de Educação, nós somos autoridade e temos autoridade para definir regras do sistema municipal de ensino. As escolas particulares de ensino – mesmo as do ensino fundamental e infantil, são reguladas pelo sistema estadual de ensino. No que depender de nós, estamos retirando qualquer tipo de vedação. Mas é claro que as escolas devem obedecer as regras estabelecidas pelo Governo do Estado”.
Assim, a sugestão colocada para essas escolas, segundo o prefeito, é que cada estabelecimento de ensino particular faça a consulta com os pais. Por fim, assista o vídeo abaixo, onde o prefeito Cesar Silvestri Filho, a secretária de Educação e Cultura, Doraci Senger Luy e a secretária de Administração, Denise Abreu Turco, anunciam a decisão.
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