A tradição das plantas medicinais, transmitida por gerações, está no coração de um novo projeto que une saberes ancestrais e inovação. Um convênio de R$ 1 milhão, assinado na Vitrine Tecnológica de Agroecologia (Vital), tem como objetivo resgatar e potencializar o uso de plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais (Pancs).
A assinatura do convênio ocorreu no Show Rural Coopavel, em Cascavel entre a Itaipu Binacional e o Centro Popular de Saúde Yanten. Com vigência de dois anos, de acordo com a Itaipu, o projeto vai atingir estudantes, professores, agricultores familiares e populações vulneráveis. Trata-se de moradores nos municípios de Medianeira, Serranópolis, Foz do Iguaçu, São Miguel, Missal, Matelândia e Santa Terezinha de Itaipu.
De acordo com Enio Verri, diretor-geral da Itaipu no Brasil, o cultivo de Pancs exige pouco espaço. “Possui demanda mínima de atenção e oferece um retorno financeiro significativo, especialmente quando associado a cooperativas ou associações para exportação”. Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu, lembrou que “quando falamos em saúde, pensamos em alimentação, e as ervas medicinais desempenham um papel importante nesse processo”.
O PROJETO
Com foco no desenvolvimento sustentável, o projeto vai fortalecer a autonomia das comunidades por meio do uso consciente das plantas medicinais e Panc’s. Assim sendo, promove a preservação do conhecimento tradicional e combate a padronização dos hábitos alimentares e de saúde. O resgate da biodiversidade como fonte terapêutica e alimentar é um dos pilares da iniciativa.
De acordo com o projeto, a partir de março, ocorrerão oficinas práticas de cultivo e utilização dessas plantas. As atividades também buscarão diminuir o uso excessivo de tecnologias. Trata-se do incentivo a um contato mais direto com a natureza e potencialidades desta.
Além disso, o projeto vai capacitar a comunidade em fitoterapia, uma alternativa natural para o controle de doenças e pragas, com apoio de especialistas. As oficinas incluirão a formação de jardins medicinais, capacitação de educadores em saúde, cultivo de Panc’s, visitas técnicas e a criação de materiais educativos.
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